A não nomeação de Sandro Maurício da Silva para o cargo de diretor do Centro de Cultura Ordovás, em Caxias, demonstra um caminho da gestão municipal que foi do risco à prudência, em apenas um dia. Quando um profissional é escolhido para um cargo de confiança — nesse caso o CC mais alto, com salário de R$ 7.653 —, fica implícito para a comunidade que os gestores municipais de fato confiam naquele profissional, avalizam seu perfil e sua trajetória. No caso de Sandro, tal trajetória aponta para anos de atuação pela diversidade em Caxias, mas também para uma grave denúncia por desvio de verbas públicas (de fatos ocorridos entre 2000 e 2002). O prefeito, Adiló Didomenico, e a vice, Paula Ioris (ambos do PSDB), assumiram esse risco no momento da nomeação, provavelmente em nome de parceria política, ainda que isso não esteja claro.
Depois de uma repercussão negativa relembrando a denúncia, prefeito e vice recém empossados voltaram atrás e optaram pela prudência, concedendo um tempo para Sandro explicar sobre as denúncias e para que os fatos, ainda que ocorridos há bastante tempo, sejam melhor esclarecidos internamente. A nota enviada pela prefeitura sobre o caso dá a entender que ainda existe a possibilidade do retorno de Sandro ao cargo após isso. Aí caberá novamente o pesar da balança sobre os riscos em assumir tal aliança.