O ano que se encerra foi marcado por tensões na área cultural, como a quase morte do Financiarte, mas também por motivos para comemorarmos, como o surgimento de espaços que abrigam arte. Para relembrar ações e iniciativas que movimentaram a Cultura por aqui, positiva ou negativamente, a coluna preparou uma retrospectiva. Confira a seguir:
SUBIU
:: A Casa do Caramujo, que se manteve como uma das opções de respiro cultural na cidade, ganhando ainda mais força com a realização de cursos e bazares.
:: O talento do Slam das Manas, que ganhou destaque no Festival Música de Rua. Uma das poetas do grupo, Jamille Santos também foi finalista do Slam BR, em São Paulo.
:: O sucesso do encontro Yoga pela Paz.
:: O bento-gonçalvense Francisco Dalcol, anunciado como o novo diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
:: A diversidade artística de Gilberto Salvagni, seja com composição executada em Tóquio, seja criando arranjos sinfônicos para banda de thrash metal.
:: A união da comunidade cultural no embate a ações prejudiciais da prefeitura. Um dos destaques foi a criação da ótima e política Música Boa para Acordar.
:: A estreia de Pedro Guerra nos palcos de teatro.
:: A estreia de iniciativas como o Forqueta Cultural e o Cinema nas Escolas.
:: O argentino Lucio Yanel, que ganhou diversas homenagens nos palcos e ainda viralizou num post em que aparece tocando para a esposa, que tem Alzheimer.
:: Aniversários importantes como os 30 anos da Tem Gente Teatrando, os 30 anos de carreira do escritor Paulo Ribeiro, os 20 anos do Estúdio de Danças Mahaila (de Flores da Cunha), os 15 anos da Ueba – Produtos Notáveis, os 15 anos da dupla Rafa e Tita, os 10 anos da Battle in the Cypher, os 10 anos do Grupo Zingado, entre outros.
:: A primeira edição do Paralelo Festival, que levou nomes como Erasmo Carlos e Demônios da Garoa a São Francisco de Paula, em shows gratuitos.
:: O Cinema de Verão e as sessões de live cinema.
:: A projeção e o engajamento pela literatura do Instituto de Leitura Quindim, espaço cultural que já se tornou indispensável em Caxias.
:: A caxiense Culturama, que abocanhou a publicação dos quadrinhos Disney no Brasil. As publicações chegaram às bancas em março.
:: As iniciativas que levaram mais arte para a periferia, como Colorindo a Quebrada, de Andrigo Martins; e Projeto Olhares, de William Cabral.
:: São Franciso de Paula receberá uma filial do The Cavern Club.
:: A engajada e tão importante atuação dos coletivos Abrace a Maesa e Viva Muinho!.
:: O protagonismo dos caxienses do canal Rad Room ao criar a primeira novela (“Aventuras Bizarras”) para podcast do Rio Grande do Sul.
:: A agência premiada Batuca e as peças publicitárias com participações como Felipe Dylon e Gretchen.
:: A volta do Cineserra.
:: A cantora Vic Limberger, atualmente radicada em Portugal, que assinou contrato com a gravadora Altafonte.
:: O bailarino caxiense Dinis Zanotto, que integrou a comissão de frente da escola Viradouro, no carnaval do Rio.
:: O Coro Juvenil do Moinho/ UCS, que contou com participação da cantora moçambicana Lenna Bahule, no espetáculo “Nômade”.
:: A Sala Ulysses Geremia, que trouxe a Caxias o filme “Bacurau”, um dos mais importantes do ano. A comunidade abraçou e tornou o longa campeão de bilheteria por lá.
:: A Serra novamente escolhida como cenário para produções audiovisuais de grande abrangência. A novela “Malhação” gravou cenas em Bento, enquanto Antônio Prado foi uma das principais locações da série da Globoplay “Desalma”.
:: A banda caxiense Catavento, que integrou o line-up do gigante Lollapalooza 2019.
:: O aquarelista Antonio Giacomin, jurado num dos mais expressivos encontros de arte da América Latina, o Potrer Art.
:: O projeto Hip Hop nas Escolas, vencedor do prêmio Prêmio Educação RS e do Prêmio Brasil Criativo.
:: Bento Gonçalves e seu protagonismo em questões de fomento à cultura.
:: A chef Amanda Grezzana, representante de Caxias no programa da Globo “Mestre do Sabor”.
:: A primeira edição do Festival Forró da Serra, provando que a terra dos CTGs também rebola.
:: Documentário “Compro Sonhos”, que deu voz a personagens invisíveis da Praça Dante Alighieri.
:: A série sobre pescaria de Carlos Henrique Iotti e Anna Tscherdantzew, integrada às atrações do canal Fish TV.
:: O projeto Sons que Vêm da Serra, que colocou no radar do Natura Musical expressões diversas da região.
:: A editora Belas Letras, que conquistou o Prêmio Nacional de Inovação Sebrae/CNI na categoria Inovação em Marketing.
:: A primeira edição do Mississippi Delta Blues Festival no Rio de Janeiro.
:: A primeira edição do Blues’n’Rock Festival.
:: Os irmãos Tainá e Andrei Borges, que conquistaram a marca de 100 mil inscritos no canal do YouTube Visurdo, dedicado à inclusão.
:: Fábio Panone Lopes, que assinou collab na marca de pranchas do músico Gabriel O Pensador e pintou mural gigante em Caxias com Henrique Padilha
:: O chileno Cristian Beltrán, que revigorou o personagem ítalo-brasileiro Naneto Pipetta no teatro.
:: A fotógrafa Marcia Marchetto, vencedora da Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores.
:: A primeira edição da Mostra Sesc de Dança Urbana e o protagonismo cultural do Sesc de um modo geral, oferecendo aos caxienses programações de peso como o Aldeia Sesc,o Sonora Brasil, a Maratona Sesc de Circo, etc.
:: O retorno dos grandes shows a Caxias, com nomes como Almir Sater, Titãs, IRA! e Alok.
:: Grupo Los Solidários, que organizou shows beneficentes a Lucio Yanel.
:: O músico Juliano Moreira e o empresário Delão, que participaram do Rock in Rio 2019 junto com a banda Melim.
:: A bento-gonçalvense Marô Barbieri, escolhida patrona da Feira do Livro de Porto Alegre.
:: A aprovação do Projeto de Lei que reconhece o grafite como manifestação de valor cultural na cidade.
:: Projeto Atelier NAV, que ganhou força e ainda mais relevância.
:: A repaginação cultural da Rodoviária de Caxias.
:: A estreia da Revista MChic.
:: Daniel Jobim, morador da Serra que venceu reality de cutelaria exibido pelo History Channel Brasil.
:: A estreia do projeto Ciranda Arte Popular.
DESCEU
:: O lamentável caso de censura à uma intervenção na obra “Desterro”, da artista Nil Kremer, durante exposição coletiva na Galeria de Arte Gerd Borheim. Funcionários do espaço foram orientados a apagar a frase escrita por um espectador: “Guerra nos deixe em paz”.
:: Depois de ter sido atacada na Câmara de Vereadores de Caxias, a exposição “Santificados”, do caxiense Rafael Dambros, foi também alvo de ultraconservadores em Porto Alegre.
:: Mais um ano sem os desfiles de Carnaval de Rua. Sobrou para os blocos a missão de não deixar o samba morrer por aqui.
:: A perda de dois espaços culturais cheios de pluralidade e fomento à arte em Caxias. A falta de público foi questão decisiva tanto para o Instituto Cultural Taru quanto para o Alouca Café, que fecharam as portas na cidade. Vale lembrar que o Taru ainda segue encabeçando iniciativas descentralizadas e a equipe do Alouca investiu na criação de um novo espaço, o Doca Beer Garden.
:: O indeferimento do prefeito afastado Daniel Guerra (Republicanos) ao pedido de tombamento do Monumento a Ogum.
:: O fechamento do bar Atilio’s 86, um dos redutos da música autoral na cidade.
:: Mais um ano sem a tão aguardada digitalização da Sala de Cinema Ulysses Geremia.
:: Um terço dos músicos da Orquestra Sinfônica da UCS foi cortado do elenco por conta de dificuldades financeiras para manter o grupo.
:: A prisão do artista Lucas Leite enquanto realizava uma intervenção artística na Praça das Feiras.
:: O cenário de incertezas que rondou o Coro da UCS e o Coral Municipal, com a saída de seus regentes.
:: Financiarte não aprovou nenhum projeto em 2019. Levando em conta números de 2018, é possível dizer que a prefeitura gastou mais com cafezinho do que com o Financiarte, que era o principal fomento da cidade.
:: Pintura cobriu parte de muro grafitado na fachada do Estádio da Montanha, em Bento.
:: Festival de Cinema de Gramado perdeu dois curadores no mesmo ano: Eva Piwowarski e Rubens Ewald Filho.
:: Fechamento da Livraria Mercado de Ideias no espaço onde esteve instalada durante 25 anos.