Quando a gente deixa a cidade da gente, deixa lá as personagens da cidade. Distancia-se delas, a ponto de se apagarem de nossas vidas com o vertiginoso passar dos anos. Só quem sai de sua cidade um dia – eu saí aos 17 anos – e deixa muita gente para trás sabe como é, na prática. Um exército de pessoas resta esquecido, e a luz delas só pulsa na memória, esporádica e breve, quando, lá um dia, nos chega alguma notícia avulsa da nossa aldeia.
Tantas perdas
A cidade da gente está mais triste
É uma catástrofe sanitária, econômica, afetiva... Leva as pessoas que esquecemos na cidade da gente um dia, mas que seguiram suas vidas
Ciro Fabres
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