Normal passou a ser e ainda é dessas palavras proscritas, condenadas à execração pública. Muito empregada, ou empregada sem maiores precauções ou embaraços ao longo de anos, em determinado momento da ascensão do politicamente correto desgastou-se perante parte do público, que passou a contestar: não existe o normal. Ou por outra, o normal passou a ser encarado como vilão, por sugerir que tudo aquilo que era tido como antagônico ou diverso ao normal, em alguns casos designado como “anormalidade”, carregaria uma carga patológica injusta. Além do que, certas “normalidades” aparentes podem servir para esconder muita coisa. O normal reserva com frequência suas anomalias, e o suposto “anormal” tem sua riqueza única, singular, sem fim. Portanto, esse significado intrínseco para normal e seus antagonismos inerentes, na prática, deixam de fazer sentido. Por isso o desgaste.
Opinião
Ciro Fabres: o "novo normal"
O normal reserva com frequência suas anomalias, e o suposto "anormal" tem sua riqueza única, singular, sem fim
Ciro Fabres
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