Embora seja um recurso legítimo à disposição de qualquer cidadão, está virando brincadeira, e pegando muito mal para a cidade. É uma farra do impeachment. Aliás, ambos os lados que compõem o cenário político caxiense usaram e abusaram desta ferramenta democrática, tornando-a desgastada.
Na quinta-feira, surgiu o terceiro pedido de impeachment contra o prefeito Flavio Cassina. Contra o ex-prefeito Daniel Guerra (Republicanos) foram sete. Sem querer reabrir a discussão sobre a denúncia que resultou na cassação de Guerra, os fundamentos de todas as denúncias foram frágeis. No caso do prefeito cassado, o pecado fatal cometido por ele foi usar e abusar da geração de conflitos com a comunidade, desconsiderando o diálogo com a população, o que lhe retirou respaldo popular, além de também ter desprezado a sustentação política na Câmara de Vereadores. Sem base, veio o impeachment.
A fundação do pedido encaminhado contra Cassina é outro caso explícito de alegações sobre as quais não cabe o impeachment. Agora, a Câmara terá, outra vez, de interromper o exame de projetos, muitos deles importantes e de interesse comunitário, para analisar a denúncia mais recente. Isso já ocorrerá na sessão da próxima terça-feira (10). A sucessão de impeachments traz um prejuízo enorme para a cidade.
A Serra é uma fábrica de pedidos de impeachment contra prefeitos de cidades da região.
Somando-se aos pedidos de cassação de Daniel Guerra e Flavio Cassina em Caxias do Sul os três recentemente encaminhados contra o prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves (PDT), já são 13.
É uma produção industrial de impeachments.