Muitos entendem que a performance midiática do presidente Jair Bolsonaro é planejada. Em parte é, sem dúvida. Bolsonaro tem noção do que faz. Ao mesmo tempo, em contrassenso alucinante, declarações suas revelam não ter noção do que diz. Mas a performance adotada por ele retira do foco questões escabrosas como as que envolvem Fabrício Queiroz, ex-assessor do pimpolho Flavio, e suas relações perigosas. Fabrício permanece em lugar incerto e não sabido e, inacreditavelmente, não é localizado. A performance também retira o foco de questões como funcionários fantasmas de outros tempos, como a Wal do Açaí, tema por assim dizer desconfortável para alguém que diz prezar “um novo jeito de fazer política”. Mas essa performance midiática também é, de outra parte, o estilo incontido e profundamente incorreto politicamente que Bolsonaro faz questão de liberar e de extravasar.
Opinião
Ciro Fabres: tudo isso é Jair Bolsonaro
Johnny Bravo, ao menos, permite falar sobre Bolsonaro sem atiçar o tom belicoso de costume
Ciro Fabres
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