A gente cruza ali na esquina da Rio Branco com a Olavo Bilac e é difícil adaptar o espírito ao novo cenário, sem o casarão de madeira com o qual nos acostumamos a conviver naquele endereço. Primeiro, que ainda estão ali os escombros da casa recém incendiada, como ferida aberta, fumegante, exposta. Segundo, que houve perda humana e perda canina por detrás, uma comovente história do homem e seu cão, que humanizava o bairro. Terceiro, que não haverá mais a casa. Deixa de haver tudo o que era aquela casa, de estrutura material fragilizada, mas de extraordinário valor simbólico e comunitário, uma referência histórica, afetiva, visual para os moradores da cidade. O caxiense se reconhecia na velha casa de madeira, marcada com a inclinação dos tempos, mas uma casa alegre, viva, que abria o cenário naquela esquina frenética. Aquela casa era familiar aos caxienses.
Opinião
Ciro Fabres: o casarão da Rio Branco
Não que uma cidade deva ser imutável. Mas ícones afetivos não deveriam sair do lugar. Nunca
Ciro Fabres
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