Primeiro, foi a comunidade LGBT que foi à Praça Dante, na parada livre de 10 dias atrás. No fim de semana seguinte, teve a Marcha para Jesus, que reuniu milhares de evangélicos em caminhada no Centro. Na segunda agora, à noitinha, teve apresentação cultural de um grupo de maracatu para assinalar o Dia da Consciência Negra. No interior de Caxias, milhares acorreram ao tradicional Rodeio de Vila Oliva dias atrás. E neste final de semana, teve o Enart, em Santa Cruz do Sul, megaevento tradicionalista que reúne gaúchos "de todas as querências". Aliás, "querência", que palavra iluminada, que bela contribuição regional ao dicionário português, derivada de um neologismo nosso do gauchês. O Enart, por suas encenações e alegorias para apresentações de dança gaúcha, está se tornando algo que de alguma forma, ainda que vagamente, se relaciona com a versão tradicionalista da performance de escolas de samba. No maracatu de segunda-feira, na Dante, um batuqueiro do Recife desferiu: "Estou cansado de ouvir que branco não sabe batucar. Batuque não tem cor e sexo, o que importa é ser a resistência e defender a cultura negra". Dias atrás, os senegaleses que vivem em Caxias realizaram a celebração típica deles, a Grande Festa de Touba, com vestimentas, culinária, cânticos e manifestações típicas.
Opinião
Ciro Fabres: Novembro da diversidade
Que maravilha esse retrato da vitalidade cultural. Porém, ainda há sérios percalços na convivência
Ciro Fabres
Enviar email