A nomeação do ex-presidente Lula para o ministério causou indignação e comoção em parte da população. Era inevitável. Foi uma aposta de altíssimo risco, mas que a presidente Dilma Rousseff decidiu correr. Lula não é político amador. Ele certamente fez o raciocínio político elementar que muita gente faz, de que foi puxado ao ministério para ficar blindado à ação do juiz Sergio Moro.
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Mesmo assim, a opção de Dilma e Lula foi de que valeria correr o risco. A avaliação é de que Lula ajudará a recompor a esfarrapada articulação política do governo com o Congresso e com os movimentos sociais. Pode até ser. Essa alternativa levada adiante, no entanto, deixa de lado a repercussão das ruas, que é péssima, majoritariamente.
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Nesta quarta-feira à tarde, por exemplo, um grupo de cerca de 15 pessoas organizou-se espontaneamente para um protesto na BR-116 . À noite, manifestantes lotaram o centro de Caxias. Houve protestos em Brasília, na frente do Planalto, em São Paulo. Muita gente já foi para as ruas. A nomeação de Lula, além de cumprir o objetivo indesmentível de proteger o ex-presidente, procura organizar minimamente a situação na esfera institucional, em Brasília, a relação com os parlamentares que decidirão sobre o impeachment.
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Mas deixa em segundo plano seu efeito nas ruas. É uma imprudência enorme, pois as ruas podem ser avassaladoras e levar os parlamentares de roldão. E, nesse caso, nem Lula salva. O risco deve ter sido calculado, mas é altíssimo.
Lula ministro
Mirante: manobra de altíssimo risco
A avaliação é de que Lula ajudará a recompor a articulação política, mas deixa de lado o efeito nas ruas
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