Os vinhedos foram implantados há mais de 20 anos no interior do distrito de Fazenda Souza, em Caxias do Sul. São 20 hectares que originam os vinhos da marca Vinha Solo,  que ainda é uma novidade no mercado. Fazenda Souza hoje tem muito mais hortaliças e outros vegetais do que uvas, o que chama a atenção. E o mais curioso é que não se vê muito os vinhos na própria cidade, pois os principais mercados da vinícola estão fora do Rio Grande do Sul, principalmente na região sudeste do Brasil.

O que diferencia a Vinha Solo é a proposta de trabalhar com a mínima intervenção na elaboração dentro da sua própria terra de origem. Embora este movimento ganhe força nos últimos anos, a maior parte dos empreendimentos, que vinificam com leveduras naturais e sem aditivos químicos, está em outras cidades da Serra, como Monte Belo do Sul,  que concentra boa parte destes “vinhateiros”.

Depois da consolidação do trabalho da vinícola com uma variada gama de produtos tintos originários dos vinhedos próprios de merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc, a empresa está apostando em novidades.  A Vinha Solo acaba de lançar um rosé de mlerlot e um branco de riesling itálico e malvasia de cândia.

A Vinha Solo nasceu de um sonho de dois amigos que sempre gostaram de vinhos e que se conheceram quando atuavam como dirigentes de um clube de futebol. A marca é do arquiteto Milton Scola e do empresário Raimundo Demore. As mudas das videiras foram trazidas da Itália e as castas se adaptaram ao frio, à altitude e ao solo da região de Fazenda Souza. Esse solo que, inclusive, acabou dando nome à marca. Um vinho curioso da vinícola é o Pássaro Negro, um corte vertical de merlot composto por duas safras: 50% de 2009 e 50% de 2018. O rótulo estampa um estiloso pássaro negro, remetendo ao merle ou graúna, que costumava “atacar” uvas da região de Bordeaux, na França, originando o nome da casta.

A próxima experiência da Vinha Solo será o plantio da primeira variedade de uva branca, que deve ser a sauvignon blanc. Outro projeto previsto para este ano é criar um receptivo turístico na propriedade e, para mais adiante, até mesmo hospedagens.