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A Salton inaugurou, recentemente, a Casa di Pasto no roteiro Caminhos de Pedra. O local escolhido demonstra também uma boa aposta do grupo, pois o roteiro ultrapassou o Vale dos Vinhedos em número de visitantes. Com rooftop e cave subterrânea, o novo empreendimento promove degustações, tem loja, bar e um jardim com espaço kids e área para pets.
A novidade turística tem como inspiração as construções da cidade de Cison di Valmarino, origem da família Salton na Itália. Ganhou o nome de Casa di Pasto, pois foi assim que iniciou o negócio em Bento Gonçalves antes mesmo dos vinhos. Confira, a seguir, entrevista com Luciana Salton, diretora executiva da vinícola:
O que vocês resgatam na Casa di Pasto?
O Antonio Domenico chegou em 1878 aqui em Bento Gonçalves. Ele teve seus filhos que fundaram a vinícola em 1910. Porém, antes disso, o negócio da família era uma casa de pasto, um local onde os viajantes podiam pernoitar, descansar, fazer as suas refeições. Então não foi propriamente em uma operação comercial de vinhos que o nosso negócio se iniciou. E quando a gente teve a oportunidade de construir esse empreendimento, ali no coração de um dos principais roteiros da Serra, foi um resgate dessa história. Uma homenagem a essas pessoas que foram fundamentais para que a gente pudesse estar aqui. Uma oportunidade de contar também para os turistas, e muitas pessoas que desconheciam esse termo, tudo o que a imigração trouxe para a gente.
É por resgatarem origens que vocês escolheram investir no enoturismo na área central de Bento Gonçalves e no Caminhos de Pedra?
Sim, porque o Piazza Salton está na área central onde foi a nossa primeira unidade, também no coração da cidade. Depois, quando a vinícola foi transferida aqui para a localidade de Tuiuty, se tornou um dos principais pontos turísticos de enoturismo do município, onde a gente já recebeu, só neste ano, cerca de 30 mil turistas. E também estendemos agora para o Caminhos de Pedra a possibilidade dos turistas terem uma experiência distinta. A gente garante experiências diferentes em cada ponto. A Casa di Pasto é um local onde as pessoas passam a tarde. É para fazer aquela refeição agradável, tomar um vinho, drinques, explorar novos sabores em uma área ao ar livre, onde as crianças podem correr. Em que as pessoas podem levar os seus animaizinhos.
E o projeto do Vale dos Vinhedos?
Ele foi suspenso. Nosso foco é na vinícola e no Caminhos de Pedra. A gente começou a operação neste ano na Casa di Pasto e esta foi a quarta semana de atividades. E, mesmo com férias e pessoas fora da região, já observamos um movimento bastante positivo. Ainda é difícil precisar o número, mas a gente acredita que provavelmente tenhamos umas 2 mil pessoas visitando o empreendimento.
E de que forma o enoturismo se reverte em vendas?
Temos uma predominância no canal de vendas de supermercados, mas, quando o turista vem visitar, ele se depara com produtos que não encontram no ponto de vendas convencional. Isso é uma grande surpresa. O enoturismo é uma área que consegue fidelizar o consumidor. A gente forma “grandes advogados de marca”. Dentro da estratégia da empresa, colocamos um grande esforço de venda nesses vinhos em que podemos contar uma história. A aposta nestas experiências é também para que o consumidor, quando chegar em uma gôndola, escolha um vinho brasileiro.
Quanto foi investido nos últimos anos?
Foram aproximadamente R$ 5 milhões entre atualizações de roteiros e novos empreendimentos.