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A Associação dos Vitivinicultores dos Campos de Cima da Serra (Aviccs) deu um passo importante para buscar uma Indicação Geográfica (IG) de vinhos e também uma Denominação de Origem (D.O). De acordo com o presidente da entidade, o enólogo André Donatti, a documentação para dar início ao processo foi entregue neste final de ano para a Embrapa Uva e Vinho.
A associação foi criada em 2017 e envolve seis produtores de vinhos de Vacaria, Monte Alegre dos Campos e Muitos Capões, mas foi neste ano que a mobilização para buscar o reconhecimento da região foi adiante. Segundo André, em janeiro de 2023, já estão previstas as primeiras visitas de técnicos nos vinhedos para o mapeamento e delimitações do que precisa ser feito para protocolar o pedido junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
– A ideia é fazer o processo da IG junto com a D.O. O caminho é muito próximo. A primeira é para reconhecer a procedência geográfica, e a segunda valida as características geográficas dos vinhos – explica o enólogo.
No Brasil, apenas duas regiões têm D.O, o Vale dos Vinhedos e, mais recentemente, a região de Altos de Pinto Bandeira. Embora a associação ainda não tenha definidas quais as variedades que vão caracterizar os Campos de Cima da Serra, a previsão é de que, pelo menos, quatro integrem a documentação para buscar as indicações de procedência: Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Merlot e Cabernet Sauvignon.
– Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Merlot são as três variedades que mais se adaptaram à região e dão vinhos com características que distinguem os Campos de Cima da Serra. São emblemáticos. Não tem como degustá-los e não perceber que são daqui. E Cabernet Sauvignon foi uma das primeiras a ser plantada na região – justifica o enólogo.
De colheita mais tardia, a Cabernet Sauvignon depende muito de cada safra, pois, dependendo do frio no período da colheita, ela tem dificuldades de amadurecimento na região. Atualmente, são duas as marcas que têm vinícolas e integram a associação, a Campestre, em Vacaria, e a Lemos de Almeida, em Muitos Capões. Mas outros quatro produtores de uvas da região, que vinificam com empresas parceiras, também estão na Aviccs e seriam beneficiadas com os selos de procedência: RAR, Sopra, Aracuri e Sozo.
A certificação também é uma aposta para desenvolver o enoturismo na região que tem, atualmente, questões de infraestrutura hoteleira como um dos principais entraves para o desenvolvimento.