
O público saiu na defensiva em relação à provocação da coluna de que "todos somos responsáveis pelas falhas da Festa da Uva". Frases do tipo "durmo tranquilo", "não assumo essa culpa", "tem gente que recebe para isso", "a população foi é enganada" ditaram o tom dos comentários nas redes sociais.
Não foi o sentimento de derrota que a coluna quis instigar com os textos, que ganharam alta repercussão e polêmica. Foi, sim, o sentimento de coletividade. De sentir-se parte integrante de uma comunidade, de amargurar-se quando a cidade não atenta para seu potencial (que é grande), de envergonhar-se quando nossa imagem fica arranhada.
O pensamento não pode ser "não tenho nada a ver com isso". Uma cidade que se pensa e se quer turística precisa olhar para a mesma direção, buscar forças e se ressignificar.
Todos somos, sim, responsáveis e precisamos criar o espírito comunitário. Falta esse espírito em Caxias, uma cidade cheia de virtudes e também de egoísmos. Há muita gente pensando individualmente em se dar bem, quando muitos podem pensar juntos e potencializar o que temos de melhor. E temos muito. O que não podemos é dormir tranquilos vendo nossa história, tradição e identidade sendo manchadas.
Foram 88 anos para se construir a trajetória de uma festa que de tão importante sediou a primeira transmissão da televisão a cores no Brasil, em 1972. Não esperávamos a melhor festa de todas, apenas a síntese de todas as melhores safras de festas, aproveitando a experiência e o talento de profissionais experientes. Se isso não nos incomoda, falta amor por Caxias do Sul e sobra desdém com o que estamos plantando para as novas gerações.
Uma cidade, uma empresa, uma família, uma comunidade só se fortalece quando todos se abraçam pela mesma causa. Sim, o poder público é o regente dessa grande orquestra. Não podemos deixar de cobrar e criticar, mas a prefeitura não pode comandar sozinha o espetáculo. Exigimos ser ouvidos, respeitados e participar! Calar, jamais! É a nossa reputação e o nosso futuro em jogo.
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