As críticas envolvendo a Festa da Uva não são uma forma de desmoralização deste ou daquele partido, governo, entidade ou liderança. Elas vêm no sentido de defesa da preservação da essência de uma tradição que se projeta ao longo de 88 anos. Esse é o papel da imprensa de hoje e do passado.
Por isso, a coluna resgata polêmica protagonizada em junho de 2013, quando o Pioneiro divulgou com destaque uma notícia sob o instigante título “Brinde indigesto”.
A matéria mostrava que a presença de vinhos importados em jantar-baile de apresentação das candidatas a rainha e princesas da Festa da Uva 2014, no Clube Juvenil, foi criticada por empresários e lideranças vinícolas. No menu, dos 11 vinhos servidos, oito eram importados, denotando desprestígio à qualidade dos rótulos nacionais. Na época, a desconsideração motivou três vereadores a apresentarem moção de contrariedade no Legislativo municipal.
A Festa da Uva é um patrimônio histórico e cultural de Caxias do Sul (quiçá do Brasil). A Festa da Uva simboliza a saga de um povo que lutou e venceu. Continua lutando para vencer. Cabe a nós, caxienses de nascimento ou adoção, zelarmos por aquilo que é nosso. Demora-se décadas para construir uma marca, uma imagem, trazer turistas, agregar patrocínios e parcerias. Mas,para arranhá-la, é rápido. Não raro por questões de descuido e falta de atenção com o que é mais genuíno: nossa gente. Rainhas, princesas, embaixatrizes, produtores de uva, vinicultores, agricultores, expositores, comerciantes, industriais, profissionais variados e toda a comunidade que fazem essa história precisam ser enaltecidos. Sempre.
Não é ser bairrista. Caxias tem conexão com o mundo. Recebe franquias e exporta para todos os continentes. É apenas exigir que nossa história seja preservada e lustrada. Todos somos responsáveis. Para Caxias ser uma cidade turística, precisa valorizar o que é nosso, e oferecer experiências inesquecíveis aos turistas.
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