
Por que os restaurantes de Caxias do Sul ainda insistem em erguer as cadeiras com os clientes jantando para sinalizar que o fim do expediente se aproxima?
Por que, mesmo em horário de verão, muitas casas estipulam 22h30min como prazo-limite?
Por que é muito comum férias coletivas no setor a partir do final do ano até as primeiras semanas de janeiro?
Por que boa parte dos restaurantes de bufê a quilo do Centro não abrem aos domingos ao meio-dia e nunca à noite?
Por que aos domingos não dá para chegar muito além das 13h para almoçar?
São muitos os porquês, dignos de um estudo de caso aprofundado, mas uma resposta sintetiza essas reclamações antigas de clientes. Trata-se de uma questão cultural, que, não sejamos injustos, de forma lenta, começa a mudar, com bares e lancherias abrindo até mais tarde,inclusive nos 365 dias do ano. Mas eles são exceção, e persiste o dilema do fechamento dos restaurantes ainda cedo, por algumas razões:
Porque muitos empresários avaliam que é inviável manter a casa aberta até mais tarde, por conta de custos extras com funcionários.
Porque a insegurança inibe horários mais flexíveis.
Porque a Lei Seca reduziu o consumo de bebidas mais demoradas, como o vinho.
Porque o movimento é irregular (de altos e baixos) em horários mais esticados, não justificando o investimento.
Porque alguns restaurantes são familiares, dificultando jornadas tão amplas.
Porque, para dar certo, é preciso mudar a mentalidade. O investimento de hoje só dará frutos bem adiante, quando o cliente criar o hábito e tiver certezas: “lá está aberto”; “é possível jantar depois da faculdade à noite em Caxias”; “dá para almoçar mais tarde no domingo”.
A cidade-metrópole e dos negócios ainda preserva ares provincianos em muitos aspectos.
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