Aqui perto de casa estão construindo um edifício de 20 e poucos andares. Lá, bem no alto, tem um guindaste suspenso, que indica que a construção ainda vai longe. Um guindaste que parece um esquadro gigante, que gira e imaginariamente desenha círculos, retângulos, preenche com texturas. Um guindaste que se presta a ser girafa também, com dor no pescoço talvez, porque está assim, meio caída de lado. Poderia ser um dinossauro comendo algo. Um dinossauro em meio ao cinza do urbano, devorando o tempo do antes. Isso me lembra os episódios japoneses do Jaspion que assistia na infância, e adorava.
Opinião
Adriana Antunes: eu e o guindaste
A poesia se dá nas brechas, nas ranhuras, nas listras da faixa de pedestres
Adriana Antunes
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