Aos 11 anos ganhei um bicicleta de natal. Menos de um ano depois (bem menos), eu dei a bicicleta a um menino que chorando me parou na rua para contar que sua casa havia pegado fogo e sua bicicleta, igualzinha a minha, tinha queimado. Não pensei duas vezes, desci dela e a entreguei para o guri. Até hoje, quando conto esta história, escuto que fui tola, que era conversa do garoto e que eu cai nela. Meu pai, que a tinha me dado de presente disse que a próxima bicicleta eu teria de comprar com meu próprio dinheiro. Tentei me justificar e dizer que acreditava na dor do menino, mas não teve jeito, voltei a ir para a escola a pé. Sem saber direito, mas já fazendo, eu havia feito uma escolha. Escolhi acreditar. Acreditar na história triste do menino da casa queimada, acreditar que as pessoas podem realmente estarem falando a verdade, acreditar nas pessoas e no seu lado bom.
Opinião
Adriana Antunes: escolhas
Eleger é escolher a ideia que mais amamos
Adriana Antunes
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