Em Passo Fundo, os casos de dengue cresceram rapidamente no primeiro semestre de 2024. Segundo o painel da dengue do RS, a cidade do norte gaúcho contabiliza 1.941 registros da doença até esta quinta-feira (8), um aumento de 128% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Até agosto de 2023 o número era bem menor, com 850 diagnósticos positivos. No ano passado, por exemplo, o município contabilizava nove casos de dengue na 9ª semana epidemiológica, enquanto neste ano já ultrapassava a marca dos cem casos no período.
Dos diagnósticos confirmados até o momento, 1.805 são autóctones, ou seja, a contaminação aconteceu dentro do município. Atualmente, outros 51 casos seguem em investigação.
Segundo a Secretária de Saúde, Cristine Pilati, o aumento nos casos de dengue é uma realidade em todo o país. Com a grande quantidade de chuvas, por conta da interferência do fenômeno El Niño, ovos do mosquito que estavam acumulados encontraram condições favoráveis e eclodiram.
No dia 23 de maio, foi confirmada a terceira morte por decorrência da dengue em Passo Fundo, igualando a marca de 2023. A vítima era uma mulher de 92 anos, com comorbidades, assim como as outras duas mortes também de idosas de 62 e 86 anos.
Município trabalha no combate ao mosquito
Além de ações educativas para a população, ampla divulgação sobre a doenças e os cuidados necessários para prevenção, o município realiza a Pesquisa Vetorial Especial.
— Essa pesquisa consiste em vistoriar a casa de quem está positivo e todos os quarteirões em torno do caso, num raio de 150 metros, podendo ser ampliado para 300 metros. Também é aplicado inseticida na casa da pessoa positiva e nos endereços que foram encontrados focos de larvas positivas — explica a secretária.
Em 2024, Passo Fundo também implementou a estratégia de borrifação residual intradomiciliar (BRI), que complementa as alternativas para o controle do Aedes aegypti, minimizando o contato do vetor com as pessoas e contribuindo para reduzir a população do mosquito. Pilati explica que a aplicação de BRI acontece em locais com grande circulação de pessoas, como unidades de saúde e prédios públicos.
Ainda em maio deste ano foram implantadas armadilhas para realização de monitoramento das áreas quentes, os locais da cidade com maior incidência de ovos do mosquito. Com isso, são intensificadas as ações de controle.
Agora, com a chegada do frio, o ciclo reprodutivo do mosquito fica mais lento e a tendência é diminuir os casos, segundo Pilati. Porém, isso não significa que a dengue deixe de existir no inverno.
— Todos os cuidados que valem para o verão, também valem para as estações mais frias. Os trabalhos permanecem o ano todo, mesmo com a diminuição dos casos — salienta.
População deve ajudar na prevenção
Algumas medidas de prevenção podem ser tomadas para diminuir a proliferação e circulação do Aedes aegypti. Entre elas está a limpeza e revisão das áreas internas e externas das residências, além de eliminar objetos com água parada.
— Uma ação bem importante é não deixar reservatórios guardados sem serem lavados com esponja para remover os ovos, caso tenha. Isso impedirá que o mosquito nasça com a chegada dos dias quentes — orienta a secretária de saúde.
O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra a dengue. Entre os principais sintomas da doença estão:
- Febre alta (39°C a 40°C) com duração de dois a sete dias
- Dor retro-orbital (atrás dos olhos)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor nas articulações
- Mal-estar geral
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele com ou sem coceira
Caso o paciente apresente qualquer sinal indicativo de dengue, a orientação é procurar atendimento médico para avaliação e conduta.