Unir tecnologia, saúde e ensino para ajudar no diagnóstico e mapeamento da incidência de câncer em crianças e adolescentes na Região Norte do Rio Grande do Sul: esse é o objetivo do aplicativo criado por um estudante do curso de Ciências da Computação da Universidade de Passo Fundo (UPF), que deve ser lançado em julho.
O projeto foi encomendado a partir de uma demanda do centro de oncologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo e virou tema do trabalho de conclusão de curso do aluno Pedro Manica. Em produção desde março, o aplicativo será voltado para o público infanto-juvenil, que acessará informações de prevenção e combate às doenças.
— Um diagnóstico precoce é essencial para tratamento de câncer e havia essa lacuna na região, de algo que fosse mais atrativo aos jovens e que passasse melhor a mensagem até eles. O app deve informar sobre sintomas e alertar a um possível risco para que essa pessoa seja encaminhada previamente para um diagnóstico e acompanhamento — explica o orientador do trabalho, o professor Jaqson Dalbosco.
A ideia está sendo executada dentro de projeto de extensão do Parque Científico e Tecnológico da UPF, vinculado aos cursos de Ciências da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia da Computação.
Como deve funcionar
Em fase de desenvolvimento de interface, o aplicativo reunirá uma tela inicial com informações gerais sobre os tipos de câncer do público jovem gaúcho e brasileiro e um teste para identificar possíveis sintomas e mapear alguma chance de incidência da doença.
— No teste de incidência, o usuário preenche um simples questionário informando o nome, sexo e data de nascimento. Após, poderá selecionar os sintomas que está sentindo, há quanto tempo e se pertence a um ou mais grupos de risco. Dependendo do resultado, a pessoa será informada da gravidade do estado dela e, dependendo do estado, será indicada para comparecer a UBS mais próxima para uma melhor avaliação — detalhou Manica.
A plataforma é desenvolvida e tem pormenores decididos em conjunto com o HSVP a fim de analisar quais sintomas e casos serão considerados de maior gravidade para a escolha do resultado. A base de dados gerada ficará disponível para uso do hospital, permitindo que mapeiem a região e até mesmo pensem ações de conscientização nas cidades.
Não é necessário fazer login para navegar pelo sistema. Ainda, estarão disponíveis dados de como agem os tipos de câncer, grupos de risco, idades que mais acometem e se há maior incidência em determinado sexo.
Disponível em julho
Com entrega do trabalho de conclusão marcada para junho, o público deverá ter acesso à plataforma a partir de julho, após a submissão do projeto às lojas de apps dos sistemas Android e IOS.
— No momento, o design em si está sendo desafiador, já que o público vai de crianças até pessoas de 19 anos. Então precisa ser totalmente aberto, com design limpo, direto e prático. É a primeira vez que crio algo para um público tão amplo e diversificado — resume Pedro.