Por Nadja Hartmann, jornalista
O município de Carazinho encontrou uma solução criativa para agilizar a atendimento à saúde da população. Em uma iniciativa pioneira no Estado, a Prefeitura irá transformar contêineres em Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O contrato com a empresa que venceu a licitação para fazer a adaptação dos contêineres foi assinado na quarta-feira (4) e, segundo o prefeito Milton Schmitz, a ideia soluciona problemas crônicos da falta de locais adequados para consultas para comunidade indígena, por exemplo, que já conta com uma UBS adaptada.
O anúncio foi uma das últimas ações da secretária de Saúde Anelise Almeida que, depois de sete anos, está deixando o cargo nesta sexta-feira (6). Outro contêiner será destinado ao Presídio Estadual de Carazinho, o que deve evitar o deslocamento de presos para atendimentos de menor complexidade.
Outras duas unidades adaptadas serão instaladas nos distritos de São Bento e Pinheiro Marcado, atendendo uma antiga demanda dos moradores. Além de contar com sala de triagem, consultório e sala de atendimento, os contêineres do interior terão, ainda, um espaço para sala de espera.
Inspeção municipal
Após 90 dias tramitando na Câmara de Vereadores, o projeto do Executivo que estabelece novas diretrizes para o Serviço de Inspeção Municipal, foi aprovado com oito emendas de vereadores, sete da vereadora Eva Lorenzato (PT) e uma assinada pelo vereador Rufa Soldá (PP).
Protocolado em regime de urgência — que depois foi retirado —, o projeto atende uma demanda dos agricultores familiares de Passo Fundo que, a partir de agora, podem se cadastrar para vender seus produtos para outros municípios.
Porém, o que deveria ser uma discussão técnica se transformou em um embate político, dividindo, inclusive a oposição, já que segundo o vereador Rufa, a vereadora Eva ao apresentar emendas individuais, acabou descumprindo um acordo.
Mas o projeto também acabou dividindo a situação, sendo que apenas dois vereadores votaram com o líder de governo, Gio Krug (PSD), pela derrubada da emenda que impõe à fiscalização a necessidade de orientação e treinamento aos produtores antes da penalização. A emenda, segundo Krug, é inconstitucional, devendo ser vetada pelo Executivo, o que arrastará ainda mais a implementação do projeto no município.
Distorção
De qualquer forma, o projeto foi aprovado por unanimidade e vem corrigir uma legislação municipal que, sem critério claros, não trazia segurança nem aos produtores e nem aos fiscais.
Além disso, vem corrigir uma distorção que fazia com que os mesmos produtos que eram liberados para consumo dos passo-fundenses não pudessem ser comercializados em outros municípios, impedindo até mesmo a participação dos produtores do município em feiras que são realizadas em todo o Estado.
A torcida agora é que a emenda aprovada não seja vetada pelo Executivo, prolongando ainda mais a espera dos agricultores, que só querem segurança jurídica para poder vender seus produtos...
Críticas
E os estragos em muitos bairros causados pelas chuvas que voltaram a castigar Passo Fundo esta semana geraram críticas à administração municipal, inclusive por alguns vereadores da base, como Evandro Meireles(PTB), Indiomar dos Santos (Solidariedade) e Tadeu Trindade (PDT).
Apesar de todos terem tomado o cuidado de elogiar a agilidade da Prefeitura no atendimento emergencial aos moradores atingidos, a cobrança veio no sentido da prevenção, em especial, na desobstrução dos bueiros.
Verdade que a população tem a sua parcela de responsabilidade, mas os vereadores lembraram dos inúmeros pedidos protocolados por eles neste sentido. O mais interessante, porém, é o discurso de alguns vereadores enfatizando que “não têm a caneta” e que a atuação deles é bastante limitada. Porém, não é isso que grande parte dos candidatos à vereador prega durante a campanha eleitoral, quando prometem “super poderes”...
Vídeo
Falando em super poderes, vale lembrar que os vereadores estão muito longe de poder decidir sobre questões macro que dividem a sociedade, como a descriminalização do aborto. Mesmo assim, temas como esse que fazem parte da pauta de costumes do país, vem tomando boa parte do tempo das sessões do Legislativo.
Na sessão da última quarta (4), por exemplo, a vereadora Ada Munaretto (PL) chocou a plateia que assistia no auditório e também pelas redes sociais quando apresentou no telão uma cena de um aborto, com direito a narração bastante dramática. O objetivo foi convidar a população para a Caminhada pela Vida e contra o Aborto, que vai acontecer no próximo sábado (7) em Passo Fundo.
Reajuste
Conforme adiantado por esta coluna, o Simpasso oficiou, na última quarta-feira, o Executivo municipal de Passo Fundo sobre a contrariedade do sindicato em relação ao índice de reajuste de 5% ao funcionalismo projetado no orçamento 2024. A reivindicação é que o índice pelo menos acompanhe a projeção da inflação para 2024, que deve ficar em torno de 12%. Além disso, pedem o reajuste do vale-alimentação, conforme a inflação dos últimos 12 meses.
Sobre o índice que consta no orçamento enviado para a Câmara, o secretário de Planejamento, Giezi Schneider, esclarece que a projeção de reajuste neste momento ainda não é fruto de negociação, e sim de análises de cenários econômicos.
Segundo ele, é um trabalho técnico que estabelece parâmetros que depois serão aprimorados, até porque, lembra ele, as análises foram feitas na metade deste ano, muito antes do período da data-base da categoria.
A afirmação do secretário quer dizer que há margens para negociação e é com isso que o Simpasso conta... O ofício enviado ao Executivo ainda cobra o cumprimento do piso da enfermagem, assim como o reenquadramento da categoria dos técnicos/auxiliares de enfermagem.
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