Por Nadja Hartmann, jornalista
A vereadora Eva Valéria (PT) ocupou a tribuna na última segunda-feira (26) para dizer que estranhou uma convocação que chegou às suas mãos de uma assembleia do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana de Passo Fundo que será realizada nesta quinta-feira (29), às 14h, para tratar sobre o pedido de reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano feito pelas empresas concessionárias. A assembleia será realizada no auditório da secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura. A vereadora disse estar “extremamente preocupada” com a pauta da assembleia, já que há poucos dias a Câmara aprovou o subsídio de R$9 milhões em troca do congelamento da tarifa. A manifestação da vereadora inclusive gerou uma brincadeira no plenário de que a assembleia deve ser para decidir em quanto a tarifa será reduzida... Que assim seja!
E o congelamento?
Em contato com o assessor dos Conselhos Municipais, Ronaldo Rosa, ele confirmou a esta coluna a pauta da assembleia. Explicou que mesmo com a aprovação do subsídio, as empresas mantiveram o pedido de reajuste junto ao Conselho, mas que o índice só será apresentado durante a reunião. A proposta encaminhada em abril para a Prefeitura era de uma alteração do valor da passagem de R$5,50 para R$6,66, da Codepas e R$6,68, da Coleurb. Porém, segundo o Executivo, o repasse do subsídio seria em troca do congelamento da tarifa. É claro que entre pedir e ganhar há uma distância, e neste caso, uma distância bastante significativa, já que pode significar a quebra de uma promessa de contrapartida, uma vez que a administração defendeu o subsídio em nome do congelamento... O pedido irá a votação nesta quinta-feira e Ronaldo lembra que a reunião do Conselho é aberta à população.
Assistência
Falando em Ronaldo Rosa, correm nos corredores da Prefeitura que ele é o nome que será indicado pelo prefeito Pedro Almeida para assumir a secretaria de Assistência Social, hoje comandada interinamente por Elenir Chapuis. Isso se confirmando, Wilson Lill iria para o lugar de Ronaldo na assessoria dos Conselhos. Porém, ele assegura que não recebeu nenhum convite do prefeito até o momento, e nem mesmo qualquer sondagem, lembrando que Rosa após não ser reeleito pelo Solidariedade por menos de dez votos, se filiou ao PSB. Há quem questione se o prefeito está mesmo disposto a continuar “adulando” o PSB com um cargo no primeiro escalão e de grande visibilidade, em função do alinhamento mais à esquerda do partido. Hoje, após a saída de Saul Spinelli da secretaria, o partido está sem nenhum protagonismo na administração. Seguindo nesta mesma linha do esforço do prefeito de se descolar da esquerda, não se descarta uma secretaria para um vereador hoje bastante alinhado com a direita... Já Ronaldo não nega que a assistência é uma área que ele se identifica e gostaria de trabalhar, mas hoje está bastante envolvido com o trabalho nos conselhos, inclusive com a reativação do Conselho de Segurança Alimentar e com a criação do Conselho de Inovação.
No comando
E a vereadora Regina Costa que na segunda-feira comemorou a aprovação por unanimidade do seu projeto Maio Furta-Cor, que busca sensibilizar a comunidade sobre a importância de uma rede de apoio para as mães durante a maternidade e pós-parto, está cotada para assumir a presidência do PDT em Passo Fundo no lugar de Paulo Padilha. A vereadora, que foi candidata à vice-governadora pelo partido ao lado de Vieira da Cunha, recebeu nos últimos dias a visita de vários deputados e lideranças do partido no Estado. Se eleita for, Regina terá a tarefa de conduzir o partido nas eleições municipais, mas mais do que isso, terá a difícil tarefa de fortalecer o PDT em Passo Fundo, que continua sendo o partido com o maior número de filiados no município, mas que está dividido e perdendo protagonismo. Inclusive, corre o risco de perder dois vereadores assim que abrir a janela partidária...
Que confusão...
O Regimento Interno da Câmara é capaz de deixar confuso até mesmo os vereadores mais experientes. O presidente Alberi Grando (MDB) teve que se esforçar na última sessão para conduzir a votação das emendas ao projeto do Refis Municipal. É que realmente fica difícil de entender a lógica que leva as emendas serem votadas antes do projeto, até porque se o projeto é rejeitado não tem porquê votar as emendas. Elementar...A confusão foi tanta que teve vereador da situação votando à favor de emenda da oposição e tendo que mudar o voto depois de já estar registrado no painel. No final, o projeto do Executivo acabou aprovado por unanimidade, garantindo a anistia de multa e juros dos débitos tributários e não tributários ocorridos até 31 de dezembro de 2022. Porém a emenda do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), que propôs a isenção dos débitos das casas noturnas no período da pandemia acabou sendo reprovada, apesar de ter sido aprovada nas Comissões.