Por Nadja Hartmann, jornalista
O deputado Giovani Cherini (PL) confirmou nesta quinta-feira a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Rio Grande do Sul nos dias 22 e 23 de junho. O ex-presidente vem para participar de um grande evento de filiação de importantes prefeitos e lideranças do RS ao PL. Segundo o deputado, que preside a sigla no Estado, a meta é eleger mais de 1.000 prefeitos em todo o Brasil no próximo pleito municipal. Além do evento organizado pelo PL-RS, Bolsonaro já confirmou presença na 23ª TranspoSul, que será realizada na FIERGS, em Porto Alegre. A visita de Bolsonaro ao Estado nesta data irá permitir que Cherini comemore o seu aniversário junto ao ex-presidente, que se tornou seu grande amigo. Aliás, em encontro nacional do partido no final de semana, o deputado de Soledade foi lançado candidato ao Senado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Veto
Não se pode dizer que foi uma surpresa o veto do prefeito Pedro Almeida à emenda no projeto do subsídio ao transporte coletivo urbano que determinava a redução de R$1,50 no valor da tarifa. Após os vereadores se omitirem, e aprovarem por unanimidade uma emenda que claramente possuía vício de iniciativa, não restou outra opção ao prefeito do que arcar com o desgaste político, que sem dúvida, servirá de farta munição para a oposição. Aliás, seria ingênuo pensar que a aprovação da emenda em um projeto tão importante se deu por um equívoco dos vereadores da base. O que houve foi uma tentativa de “terceirização” do desgaste político, já que sobrou para o Executivo comprovar a ilegalidade da emenda, o que já poderia ter sido estancado na Câmara, onde como bem lembrou o vereador líder do Governo, Gio Krug (PSD), “existem oito vereadores advogados”. Que advogados são esses que assinam embaixo de uma emenda com parecer de inconstitucionalidade???
Soluções
Apesar da importância das Frentes Parlamentares vir sendo questionada pela Mesa Diretora da Câmara, que propõe limitar a criação desta iniciativa dos vereadores, a Frente Parlamentar da Saúde Pública provou a sua relevância ao reunir na última quarta-feira as principais lideranças do setor para discutir a superlotação das emergências dos hospitais. Durante a reunião, ficou claro, que um dos principais motivos para o problema é a precariedade dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde, que acabam empurrando a população para as emergências dos hospitais. Como bem lembrou o vereador Ernesto dos Santos (PDT), “se o paciente procura atendimento no posto e não tem médico, com certeza ele vai para a emergência do hospital”. O problema ou os problemas já são conhecidos. Cabe à Frente agora propor soluções...
Baixa na Saúde
Ainda falando em Saúde, a secretaria sofreu uma importante baixa esta semana, com a saída do secretário adjunto Luís Schneiders, que após mais de 20 anos de trabalho junto ao setor, pediu a sua exoneração. Em contato com esta coluna, Schneiders afirmou que o motivo foi novas oportunidades que surgiram no setor privado, onde ele passará a atuar, mas há quem diga que o que colaborou para a sua saída do governo foi o fato de não ter sido escolhido para ser o substituto de Cristine Pilati no comando da pasta. O novo nome que irá assumir ao lado do vice-prefeito João Pedro Nunes deve ser definido ainda esta semana.
Renúncia
Onde também houve uma baixa esta semana foi na Comissão de Ética da Câmara. Com a alegação de acúmulo de atividades, a vereadora Janaína Portella (MDB) comunicou à Mesa Diretora a renúncia à sua vaga como titular da Comissão. Segundo ela, a participação em outras comissões da Casa, assim como outras atividades legislativas, vem dificultando conciliar as agendas. A vereadora assumiu no início deste ano na vaga que cabe ao MDB, no lugar do vereador Alberi Grando. Porém, como hoje ele está na presidência da Mesa Diretora, o partido ficará sem representante na Comissão. Pelo Regimento Interno, quem assume provisoriamente é o vereador Gio Krug (PSD), mas a renúncia da vereadora deve obrigar uma reorganização da composição de forças da Comissão.
Com um pé no governo
Demorou, mas o PSDB está a um passo de ingressar oficialmente no governo Pedro Almeida. O convite já foi feito e a decisão será tomada nos próximos dias em uma reunião com a direção estadual do partido. Segundo o presidente do diretório municipal, Rodrigo Borba, durante esta reunião também deve ser batido o martelo sobre se o partido terá uma candidatura própria em 2024 ou se virá coligado com o atual governo. É claro que uma coisa leva a outra, até porque o PSDB não entraria no governo agora para desembarcar daqui a seis meses. Borba faz questão de afirmar que apesar do partido, hoje, fazer parte da base de apoio do prefeito na Câmara, a sigla não tem nenhum compromisso político com o governo. Ele nega, inclusive, que tenha sido feito um acordo entre o governador Eduardo Leite e o deputado Luciano Azevedo em troca de uma aliança nas eleições municipais. Diz que todas as possibilidades estão em aberto e que a única coisa que o PSDB não abre mão é de estar na majoritária, mesmo que seja na condição de vice, o que, inclusive é uma determinação que “vem de cima” e que vale para todos os grandes municípios do RS.
Nomes
A partir da decisão do diretório estadual do PSDB local em fazer ou não parte do governo, dois nomes surgem no cenário. Caso opte em não formalizar o casamento com o prefeito Pedro Almeida, visando uma candidatura própria, o nome é do “pupilo” do governador em Passo Fundo, o secretário Mateus Wesp, que apesar de já ter manifestado que não gostaria de deixar a secretaria antes do fim do governo, como “soldado do partido”, pode ter que mudar de ideia... Porém, caso ingresse no governo, com a garantia de uma candidatura à vice, o nome do PSDB poder ser do secretário Saul Spinelli, que já recebeu o convite para se filiar ao partido, mas está aguardando os acontecimentos antes de se desligar do PSB. Os leitores podem estar se perguntando porque Saul teria que se desligar do PSB para compor a dobradinha com Pedro Almeida. A resposta está nos números das últimas eleições. Em uma cidade, onde Bolsonaro recebeu 56,72% dos votos, pode ser temerário se aliar na majoritária com um partido identificado com a esquerda, como o PSB...
Termômetro
Pesa nesta tendência do prefeito Pedro Almeida de querer se descolar da esquerda e se aliar a um partido de centro como o PSDB, o movimento da direita em Passo Fundo, que não medirá esforços no sentido de polarizar o debate e capitalizar o “legado Bolsonaro”, com nomes como Rodinei Candeia e Márcio Patussi. Aliás, o encontro para o lançamento do Movimento Brasil Conservador em Passo Fundo, no próximo dia 07 de junho, será um termômetro para medir exatamente a força da direita no município após as últimas eleições...