Por Nadja Hartmann, jornalista
Os vereadores da oposição da Câmara de Vereadores de Passo Fundo aproveitaram o projeto de contratação emergencial de agentes para o combate de endemias para fazer duras críticas ao governo sobre a forma como vem lidando com o problema da dengue no município, que já soma mais de 660 casos. Segundo o líder Rodinei Candeia (Republicanos), a contratação já deveria ter acontecido há muito tempo e nada justifica a demora da administração na adoção de medidas mais eficazes contra a doença. Ainda na área da saúde, a superlotação das emergências dos hospitais esteve no centro das discussões. Candeia e Rufa Soldá (PP) cobraram a construção de Unidades de Pronto Atendimento no município, o que poderia desafogar as emergências. Já o vereador Gio Krug (PSD) atribuiu a superlotação das emergências à baixa adesão na vacinação contra a gripe. Até agora, segundo ele, menos de 25% da população se vacinou. Talvez valesse, por parte dos vereadores, uma reflexão sobre os motivos que levaram os brasileiros a desacreditar na vacinação...
Sala de aula
Para uma Câmara que possui três processos disciplinares tramitando na Comissão de Ética, pode-se dizer que os vereadores se comportaram bem diante dos alunos do Colégio Marista Conceição que acompanharam a sessão da última segunda-feira. Os quatro projetos foram aprovados por unanimidade e até mesmo as manifestações das lideranças na tribuna foram comedidas. O presidente Alberi Grando, aliás, assumiu o papel de professor explicando didaticamente cada rito da sessão, o que transformou o plenário em uma grande sala de aula de cidadania. Parabéns ao colégio pela iniciativa, e aos vereadores, que demonstraram que o debate de ideias pode ser construtivo e que a política não é só feita de exemplos negativos.
Veta ou não veta?
Apesar do esforço dos vereadores da base em ganhar tempo e “abafar o caso” da emenda aprovada por unanimidade no projeto do subsídio, que determina a redução de R$1,50 no preço da passagem, a oposição está determinada em não deixar a emenda cair no esquecimento... E nem poderia, já que o prefeito Pedro Almeida tem apenas 15 dias úteis para se manifestar, lembrando que não há opção de silenciar. Ou seja, só pode sancionar ou vetar. Em contato com esta coluna, o Prefeito afirmou que ainda não analisou o projeto junto com o jurídico da Prefeitura. Caso opte por vetar, cabe ao legislativo manter ou derrubar o veto. Porém, os vereadores da Situação que aprovaram a emenda, terão trabalho para se explicar caso decidam manter o veto do Executivo...
Incoerência (?)
...Mudar de opinião faz parte, desde que bem justificado para não parecer incoerência...O vereador Indiomar dos Santos (Solidariedade), por exemplo, já adiantou que caso o prefeito decida vetar, ele votará pela manutenção do veto, porque as emendas são de vereadores que não concordam com o subsídio. Da mesma forma, Gio Krug lembrou que a emenda possui vício de iniciativa, ou seja, ilegalidade. Mas será que os vereadores não sabiam disso quando se posicionaram favoráveis às emendas no dia da votação do projeto?
Esperança
É grande a expectativa para que os problemas crônicos e que se arrastam há décadas no Aeroporto Lauro Kortz, finalmente tenham uma solução a partir da Parceria Público Privada, iniciativa que já se provou acertada em dezenas de grandes aeroportos pelo país. Na próxima terça-feira, em audiência pública na Câmara de Vereadores, o Governo do Estado irá apresentar o projeto de concessão que prevê que os aeroportos sejam administrados pela iniciativa privada por 30 anos. O investimento previsto para os aeroportos de Passo Fundo e Santo Ângelo é de R$ 85,4 milhões. O estudo de concessão do Aeroporto Lauro Kortz foi realizado pelo consórcio formado pela Terra Firme Consultoria Empresarial e de Projetos Ltda., Infraway Engenharia Ltda., Moisés e Pires Sociedade de advogados e Bacco Arquitetos associados Ltda. De acordo com o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, Passo Fundo hoje possui o segundo aeroporto mais importante do Rio Grande do Sul, com potencial para se tornar uma das rotas mais importantes para as companhias aéreas no interior do Estado.