Soluções
A sessão desta quarta-feira da Câmara de Vereadores de Passo Fundo iniciou com um minuto de silêncio pela tragédia da escola de Blumenau, e como nem poderia ser diferente, o episódio foi o tema de todos os pronunciamentos na tribuna. A diferença, porém, foram nas soluções sugeridas para o enfrentamento da violência. Enquanto alguns vereadores, como Regina Costa (PDT) defendeu a criação de políticas públicas para a prevenção da violência, outros vereadores mais exaltados, como Renato Tiecher (PSC) pediu a pena de morte e cadeira elétrica para o assassino. A verdade é que um dia depois da manifestação, que reuniu mais de 600 professores em frente à Prefeitura, a tragédia fez o tema da educação voltar à pauta dos vereadores. Inclusive, o vereador Evandro Meireles (PTB) já protocolou Indicação ao Executivo para instalação de portas giratórias nas escolas. Também foram apresentadas sugestões como a construção de casas para brigadianos aposentados morarem dentro das escolas e a obrigatoriedade de vigilantes armados, inclusive em escolas particulares. Porém, a oposição lembrou que os vigilantes foram tirados das escolas pela gestão anterior... Ou seja, a sessão apenas refletiu o que toda a sociedade vem sentindo diante do inconcebível: não existe explicação para o que aconteceu e muito menos soluções fáceis...
Punição
Vale destacar que o deputado Luciano Azevedo (PSD) no início do seu mandato vem se debruçando sobre o tema da violência contra crianças e adolescentes. Dos quatro projetos já protocolados, dois tratam do assunto, com o aumento de penas dos envolvidos neste tipo de crime. Nas redes sociais, o deputado se manifestou dizendo que o “crime bárbaro praticado em Blumenau mostra que o assunto deve ser prioridade na agenda do país. Punição exemplar, sem atenuantes!”
Sem defesa
A comoção pela tragédia em Blumenau acabou desviando o foco da última sessão da Câmara que iria discutir a criação da Frente Parlamentar do Transporte Público proposta pela vereadora Regina Costa(PDT) e consequentemente o projeto do subsídio às empresas. Mesmo assim, houve fortes manifestações de vereadores da oposição. O vereador Renato Tiecher (PSC) afirmou que não é contra a empresa, mas é “contra dar um cheque em branco a uma empresa milionária e particular”. O vereador Rodinei Candeia (Republicanos), mais uma vez, criticou o fato do Executivo estar atribuindo à Câmara a responsabilidade pela gestão do transporte coletivo e afirmou: “quer dar dinheiro para uma empresa privada? O Executivo que assuma esta responsabilidade!” ...Não se sabe bem se foi por estarem comovidos com a tragédia da escola ou se foi por estratégia ou conveniência, nenhum vereador da Situação se manifestou em defesa do Executivo...
Conscientização
Após ter superado o desafio de recuperar o seu rio, Passo Fundo enfrenta hoje o problema que desafia a maioria dos gestores públicos de médias e grandes cidades do país: a destinação correta dos resíduos sólidos. Em média, Passo Fundo produz por dia mais de 150 toneladas de resíduos, chegando a 50 mil toneladas por ano. O problema é tão grave quanto antigo, tão antigo que na gestão Airton Dipp, já havia sido lançado o projeto “Cidade Limpa”, com o mesmo nome do programa lançado nesta quinta-feira pelo prefeito Pedro Almeida. Talvez, mais do que a ampliação da coleta, o grande avanço do programa lançado pela atual gestão é o investimento na educação da população sobre o descarte de resíduos, com a criação da escola pública de sustentabilidade. O poder público tem as suas obrigações, mas sem conscientização não vai funcionar...