Correção: Serão produzidas 2 mil toneladas de amônia verde por ano e não 2 milhões de toneladas como publicado entre as 16h de 15/09/2023 e às 11h de 18/09/2023. O texto já foi corrigido.
Por Julcemar Zilli, economista
No cenário atual, em que a busca por práticas mais sustentáveis e eficientes é uma prioridade, notícias que unem inovação, pesquisa e parcerias em prol do desenvolvimento merecem destaque.
É com entusiasmo que recebemos a notícia da reitora da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dra. Bernadete Maria Dalmolin, de que a empresa Begreen fechou acordo com a UPF, em parceria com a prefeitura de Passo Fundo e o Tecnoagro, para produção de até 2 mil toneladas anuais de amônia verde no campus da instituição.
A iniciativa conta com investimento privado de aproximadamente R$ 50 milhões. Esse empreendimento, que se alia à UPF, não só carrega consigo um potencial transformador para a agricultura local, mas também fortalece a posição do Brasil na vanguarda da inovação sustentável.
A amônia verde é obtida a partir da eletrólise da água e alimentada por fontes de energia renovável. No caso da UPF, essa fonte de energia solar. A alternativa se apresenta como elemento-chave para revolucionar a produção de fertilizantes.
Ao se associar a uma instituição acadêmica de renome, como a UPF, o empreendimento demonstra um comprometimento sério com a pesquisa científica e a inovação.
Potencial
A participação da universidade na produção de insumos e na condução de testes laboratoriais e de campo é uma prova tangível de como a colaboração entre setor privado e acadêmico pode potencializar resultados.
Para tanto, pesquisas abrangentes e planejadas, que analisarão as formulações, dosagens e aplicações da amônia verde em diferentes culturas são cruciais para entender o potencial dessa substância como fertilizante nitrogenado em solos brasileiros.
A possibilidade de alcançar um aumento de até 20% no crescimento das lavouras com o uso da amônia verde é uma perspectiva animadora para o setor agrícola, que enfrenta desafios cada vez maiores para aumentar a produção de alimentos de forma sustentável.
Outro ponto de destaque é a produção de diferentes tipos de fertilizantes a partir da amônia, especialmente adaptados às características únicas do solo e das culturas cultivadas na região. Com foco inicial em culturas-chave como milho, soja, trigo e cana-de-açúcar, essa abordagem personalizada promete otimizar o desempenho agrícola e minimizar os desperdícios, enquanto reduz o impacto ambiental.
Compromisso local
Vale ressaltar que o diferencial dos fertilizantes à base de amônia está na sua forma líquida, que demonstrou ser mais eficaz do que os fertilizantes granulares convencionais. A capacidade de distribuir os nutrientes de forma mais homogênea e eficiente, sem depender exclusivamente da chuva para atingir resultados ótimos, é uma vantagem que pode potencialmente revolucionar a produtividade das colheitas.
Diante desse empreendimento inovador, fica evidente que o futuro da agricultura está se moldando com base em princípios de sustentabilidade, pesquisa avançada e colaboração estratégica.
À medida que acompanharemos os desenvolvimentos desse projeto, somos lembrados de que, por trás de cada tonelada de amônia verde produzida, há um compromisso contínuo com a melhoria do nosso ambiente e a prosperidade das comunidades agrícolas locais.
Estamos testemunhando um exemplo concreto de como a visão ousada e ação determinada podem gerar mudanças significativas em direção a um futuro mais verde e produtivo.
Entre em contato com o colunista pelo e-mail: jbzilli@gmail.com