O jogo entre São Luiz e São José, válido pela 2ª rodada do Gauchão, em Ijuí, e que terminou empatado em 1 a 1, ficou marcado por um suposto caso de injúria racial. O atacante Douglas, do São José, afirma que foi chamado de “macaco” por torcedores do time da casa.
O fato aconteceu aos 11 minutos do primeiro tempo. O jogador comunicou o árbitro Érico Andrade de Carvalho sobre as ofensas que teriam vindo das arquibancadas. O juiz foi até o quarto árbitro e depois de um minuto paralisada a partida foi retomada.
Em entrevista a ZH, Douglas revelou que não conseguiu identificar o agressor.
— Foram algumas palavras que não deveriam ser faladas no estádio em referência ao racismo. Falei para o árbitro, eles tomaram as providências, mas estava o estádio lotado. Não dá para saber quem foi. Infelizmente isso aconteceu de novo. Normalmente, acontece no interior do Rio Grande do Sul – disse o jogador.
O atacante ainda não sabe se irá registrar um boletim na polícia por conta da dificuldade em identificar o infrator.
— Na verdade, tem que saber quem é a pessoa. Não adianta punir todo o clube (do São Luiz) por um ignorante que talvez não saiba o que está falando, ou talvez saiba. Mas eu vou procurar as providências que talvez vão me auxiliar, mas só que não vou conseguir achar a pessoa.
O jogador de 30 anos revelou que foi a primeira vez que passou por uma situação de racismo.
— Eu nunca tinha passado, nunca joguei no Rio Grande do Sul. Primeira vez que eu tô jogando no gauchão. Já sabia que isso tinha acontecido com o Thiago Pedra, em Caxias. Infelizmente é recorrente aqui no Estado. Então é torcer que não aconteça de novo — destacou.
A assessoria de imprensa do São Luiz informou que o departamento jurídico orientou o clube a não se posicionar, por enquanto, sobre o caso.
Briga de torcida na estreia
Douglas ainda lembrou de outro episódio lamentável nas arquibancadas no Gauchão. Na estreia do São José contra o Pelotas, no Estádio Francisco Noveletto, as duas torcidas brigaram. O atleta revelou que a sua família estava no estádio e o fato desconcentrou as duas equipes em campo.
— Meu filho estava lá no estádio, minha esposa, meus pais. O cara fica disperso no jogo. Por 10 minutos, fiquei conversando com o zagueiro do Pelotas só sobre a briga. A gente nem estava falando do jogo. A gente viu um cara sendo no chão e outras pessoas batendo com barra de ferro na cabeça — revelou Douglas.