A valorização dos profissionais da saúde é um dos efeitos mais visíveis e positivos da pandemia. Eles foram os primeiros a receber a onda de choque gerada pelo novo coronavírus e, certamente, serão os últimos a deixar de absorver a tensão de um cenário invisível à maioria da população. Notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo revela que, a cada minuto, alguém que trabalha na linha de frente do combate à covid-19 é contaminado no Brasil, um dado alarmante e que nos chama a atenção, mais uma vez, para a necessidade legal e moral de oferecer as melhores condições de trabalho possíveis a quem se arrisca para cuidar dos outros. Enquanto fora dos hospitais a maior parcela da população enxerga apenas estatísticas, podendo até mesmo fazer de conta que elas inexistem, auxiliares, enfermeiros, médicos e todos os colaboradores de uma instituição de saúde, da portaria ao almoxarifado, deparam diariamente com dramas que têm rostos, nomes, sobrenomes, amigos e familiares. Some-se a esta lista os agentes comunitários e equipes de ambulâncias, que também se expõem a alto risco de contágio entre profissionais que cuidam da saúde da população.
Opinião da RBS
Cuidar de quem cuida
Garantir condições de trabalho seguras aos profissionais da saúde é um dever do Estado e das instituições, mas também resultado de uma cobrança e de uma vigilância coletivas
GZH