A execução da vereadora carioca Marielle Franco não é uma exceção e sim uma regra no modelo das relações sociais brasileiras, forjado na violência do sistema escravista e mantida no racialismo que rege também as relações pessoais. Essa violência que não vê rostos, nem nomes. Vê cor. Marielle, mulher negra, lésbica, periférica, que bradou por cidadania e direitos humanos, era um corpo indesejado num lugar de poder. Odiada por se opor e denunciar essa mesma violência, numa sociedade em que se defende abertamente que "direitos humanos só servem para defender bandido", que "bandido bom é bandido morto", e que elege racistas, machistas, homofóbicos e preconceituosos em geral por seus discursos.
MARIELLE FRANCO
Deivison Moacir Cezar de Campos: a violência como regra
Para o professor da Ulbra, doutor em Ciências da Comunicação, Marielle não é uma exceção