
A Polícia Federal (PF) deflagrou operação nesta quinta-feira (21) contra um grupo que estaria planejando ações terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, marcados para começar daqui a 15 dias. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou em entrevista coletiva nesta manhã que 10 pessoas foram presas preventivamente, para impedir a concretização do plano terrorista.
Também foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em dez estados, incluindo o Rio Grande do Sul. Informações obtidas pela Gaúcha dão conta de que um dos presos será levado de avião de Pelotas, no sul do Estado, para Brasília.
A investigação da divisão antiterrorismo da Polícia Federal teve início em abril. O líder do grupo é do Paraná, mas não foram passados detalhes sobre os envolvidos.
Segundo o ministro, os presos tinham ligação com o Estado Islâmico e se comunicavam via aplicativos, principalmente WhatsApp e Telegram. "Vários deles já fizeram o batismo (ritual de iniciação) no Estado Islâmico", disse o ministro. No entanto, nenhum dos envolvidos teve contato pessoal com o grupo terrorista e ainda atuava de forma amadora.
Em diversas mensagens monitoradas pela PF, os suspeitos comemoraram os atentados ocorridos em Nice, na França. Segundo o ministro, nos últimos dias houve um agravamento no teor das conversas, com menções a atos no Brasil, país que até então não seria alvo do Estado Islâmico.
"Em virtude da proximidade da Olimpíada, afirmavam que o Brasil entraria no alvo", disse o ministro. De acordo com ele, as prisões foram necessárias de forma preventiva, para evitar a concretização dos atos.
Eles também planejavam adquirir armas para efetuar os ataques no Brasil e no exterior.
De acordo com a PF, os investigados responderão pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo, ambos previstos na Lei Antiterrorismo (13.260/2016). A pena para o primeiro crime é de cinco a oito anos de prisão, além do pagamento de multa. Para quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de prisão.