O primeiro dia da reconstituição da morte da mãe do menino Bernardo Boldrini, em Três Passos, nesta terça-feira (15), foi marcado por divergências entre as testemunhas. Cinco pessoas participaram da chamada Reprodução Simulada dos Fatos.
Todas são testemunhas do ocorrido em 2010, dentro do consultório do médico Leandro Boldrini, quando Odilaine Uglione foi encontrada morta com um tiro na cabeça. Boldrini estava no local.
As divergências das testemunhas ficaram concentradas no momento do disparo que atingiu a cabeça de Odilaine: se ele ocorreu antes de Leandro deixar a sala correndo ou depois. O advogado da família de Odilaine, Marlon Taborda, afirma que houve divergências nos relatos.
“Mas há relatos diferentes que são interessantes de serem analisados. Isso aí (se ele saiu correndo antes ou depois do tiro) depende de uma boa explicação”, afirma Marlon.
O advogado de Leandro Boldrini, Ezequiel Vetoretti, considerou a prova importante, mas sem dar muitos detalhes.
“Prova sempre é importante. O processo precisa de provas, então a prova sempre é importante, mas a manifestação sobre o conteúdo do que foi produzido só nos autos”, destaca.
O delegado Marcelo Lech, responsável pelas investigações, classificou como tranquila a primeira etapa do trabalho. “Sem nenhum tumulto, sem nenhum fato que pudesse provocar qualquer transtorno no desenvolvimento da reprodução simulada dos fatos, que terá continuidade no dia de amanhã”, destaca o delegado, sem dar muitos detalhes.
Já o diretor do Departamento de Criminalística do Instituto Geral de Perícias, Paulo Frank, afirma que um terço do trabalho foi concluído nesse primeiro dia. “Os trabalhos decorreram da maneira mais produtiva possível”, sintetiza Frank.
A reconstituição começou com uma hora e meia de atraso, durou cerca de três horas, e ocorreu no 3º andar do prédio do Centro Clínico São Mateus, onde ficava a clínica de Boldrini. O trabalho não aconteceu na mesma sala da morte porque ela passou por reformas e teve mudanças de suas características.
Outra parte da reconstituição ocorreu na rua, quando uma testemunha relatou a saída de Boldrini do prédio e a entrada dele numa outra clínica próxima. Os trabalhos externos foram todos fotografados por peritos do IGP.
Na quarta-feira (16), vai ocorrer o segundo e mais importante dia da reconstituição, quando mais seis testemunhas vão participar, além do médico Leandro Boldrini. Entre as testemunhas estará Andressa Wagner, então secretária do médico. Os trabalhos começam a partir das 8h30 e devem terminar às 18h.
O Caso Odilaine foi concluído como suicídio pela delegada que investigou na época. Neste ano, em maio, foi reaberto após pedido do Ministério Público. O motivo foi uma perícia particular contratada pela família de Odilaine na suporta carta de suicídio. Conforme o perito, o documento não foi escrito por ela e sim por Andressa Wagner. Ela nega.