


A candidata do PSOL à presidência da República, Luciana Genro, participou do Painel RBS sobre as eleições de 2014 na manhã desta quinta-feira (28). A ex-deputada federal falou sobre as propostas e defendeu um projeto para taxar as grandes fortunas no país.
"Não quero taxar os riquinhos. Quero taxar os ricaços", afirmou em entrevista aos jornalistas Tulio Milman, Carolina Bahia e Rosane de Oliveira.
O projeto da candidata prevê que pessoas que tenham fortunas pessoais acima dos R$ 50 milhões paguem uma alíquota de 5% sobre o valor que exceder esse montante. Luciana também defendeu uma atualização da tabela do Imposto de Renda, ampliando a faixa de insenção.
"Hoje o valor para que uma pessoa esteja isenta do Imposto de Renda está defasado. Está R$ 1 mil acima do que deveria ser", afirmou.
Na avaliação da candidata, uma reestruturação tributária teria como objetivo cobrar menos impostos de quem recebe salários mais baixos, e cobrar mais daqueles que recebem mais. "Hoje 52% da arrecadação tributária do país vêm daqueles que ganham até três salários mínimos", explicou.
Questionada sobre a dificuldade em aprovar uma proposta com este teor no Congresso Nacional, Luciana Genro defendeu o apoio popular como forma de pressionar os congressistas.
"Esse processo tem que vir através da mobilização. Basta encher as galerias (da Câmara) que as coisas mudam. Na medida em que o povo estiver mais atento, isto faz com que os deputados sejam tensionados a votar", explicou.
Juros x Inflação
Durante o Painel RBS, Luciana Genro criticou as altas taxas de juros praticadas no Brasil. Neste sentido, foi lembrada sobre o fato de o Banco Central utilizar a Selic como forma de conter a inflação. Perguntada sobre quais medidas utilizaria para conter a inflação (sendo contra o aumento da taxa de juros), a candidata afirmou que é preciso regular preços que ficam sob responsabilidade do governo. "Vou segurar o preço da gasolina e da luz", prometeu.
Outra forma de conter a inflação, na avaliação da candidata, seria uma mudança na lógica de produção dos alimentos no Brasil. Segundo ela, a produção deveria ser voltada mais ao consumo interno, e menos às exportações.
CCs
A candidata ainda defendeu a redução do número de cargos em comissão pela metade. "Não é para reduzir custos. É para qualificar. Faria concursos públicos".
Mais Médicos e Bolsa Família
Sobre o programa Mais Médicos, Luciana Genro afirmou que a iniciativa é importante porque dialogou com um problema real do povo brasileiros: a falta de médicos. No entanto, defendeu que fosse criada uma carreira de Estado, da mesma forma como funciona hoje com juízes ou membros do Ministério Público. Sobre o Bolsa Família, a candidata do PSOL defendeu um reajuste no valor base pago, de R$ 70 por pessoa. Ela prometeu aumentar os gastos com o programa social.
"Hoje o Bolsa Família representa somente 0,5% do orçamento do país. O valor de R$ 70 não é reajustado desde o governo Lula", explicou.
Luciana Genro também defendeu a renegociação da dívida dos Estados com a União, projeto que beneficia o Rio Grande do Sul.
Governo Dilma x Governo Tarso
Ao final da entrevista, a candidata foi convidada pelo jornalista Tulio Milman a dar notas para o governo da presidente Dilma Rousseff e para o governo de Tarso Genro, no Rio Grande do Sul. Luciana deu nota zero para o governo Dilma porque, segundo ela, o PT não promoveu as mudanças estruturais necessárias para o país, defendidas antes que o partido assumisse a presidência da República (citou como exemplo o fim do fator previdenciário). A candidata explicou que não lhe caberia dar uma nota ao pai, governador do Estado.
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