Candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, 43 anos, que tem 3% das intenções de votos dos gaúchos segundo pesquisa do Ibope, é a favor da legalização da maconha. Para ela, já está mais do que provado que a guerra contra as drogas só aumenta a violência e a corrupção policial.
"Esse modelo de combate ao narcotráfico está falido. O Uruguai aponta um caminho. O tráfico é pior que a droga. Para se ter uma política de segurança pública que dialogue com os problemas sociais, precisamos tirar o usuário da guerra. A liberação da maconha é um passo nesse sentido. A maconha deve ser tratada no mesmo patamar do álcool e do cigarro", afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (11).
Na educação, a prioridade da candidata é a educação pública superior universalizada, a partir de investimentos.
" A revolução na estrutura tributária, através da regulamentação de imposto sob as grandes fortunas, acima de R$ 50 milhões, pode arrecadar R$ 90 milhões por ano, o que seria necessário para dobrar os investimentos na educação", assegura.
Luciano Genro ainda fez críticas a Copa do Mundo no Brasil. Segundo ela, o evento não valeu a pena para o País.
"Foi um desperdício de dinheiro público, mais de R$ 8 bilhões. O que foi gasto na construção dos estádios, por exemplo, poderia ser investido em saúde. O evento serviu para fazer propagando política", conta.
A candidata avaliou que a política externa do Brasil é tímida. Conforme ela, o pais poderia ter protagonismo muito maior na América Latina, para enfrentar os interesses do capital financeiro e o sistema da dívida pública. Em relação a Israel, a candidata acredita que o Brasil deveria ter cortado todos as relações:
"Diante do tamanho do massacre, que nos assistimos ao povo palestino, seria necessário uma atitude mais dura, no sentido de romper relações diplomáticas com Isreal, para tencionar para o fim do desse genocídio que nós estamos assistindo na Palestina", ponderou.
Luciana disse ainda que o controle da inflação não se faz com alta taxa de juros. "A alta taxa de juros é o que beneficia o banco e os especuladores. Para a gente controlar, é preciso olhar os preços administrados pelo governo, como a telefonia, a gasolina, a energia elétrica, a água e os alimentos" conta.
Além disso, ela acredita que a inflação pode ser controlada, a partir do momento em que o modelo agrícola passe a priorizar a produção interna.
A candidata também destacou a dificuldade que o partido enfrenta nas campanhas eleitorais. Luciana destacou que o teto de gastos do PSOL é de R$ 900 mil, através do fundo partidário e de doações de pessoas físicas.
A Rádio Gaúcha deu início a uma série de entrevistas com os candidatos à Presidência. Luciana Genro (PSOL) é a terceira candidata a participar.