Após a morte de taxistas em Porto Alegre e em Santana do Livramento, no fim de março, passei a focar o meu trabalho no acompanhamento da investigação policial. Conhecia os delegados que trabalhavam no caso em Porto Alegre e, na fronteira, mantive contato permanente para tentar descobrir informações que ajudassem a elucidar os crimes.
Era curioso que, muitas vezes, passava o dia sem conseguir nenhum dado novo e, somente à noite, chegavam as informações, tudo divulgado no programa Chamada Geral Terceira Edição, além do Blog Caso de Polícia. No caso do Chamada, parceria total com o Felipe Chemale, que deu ampla divulgação às notícias exclusivas.
Em um dos dias de acompanhamento do caso surgiu uma falsa informação. Eu estava de folga na casa do meu pai. Resolvi largar tudo e permaneci mais de três horas ao telefone para confirmar o fato. Falei com pelo menos 20 pessoas e decidi, com a equipe da rádio, não divulgar nada. Estávamos certo. Esse cuidado foi importante: não ir atrás de suposições e confiar na fonte para divulgar o que estava certo.
“ A fonte me ligou e confirmou que um jovem da Capital foi preso por matar seis taxistas”
Num sábado passei o dia ligando para a principal fonte do caso. Não me atendeu. Liguei para casa, para o trabalho e nada. Consegui um celular particular, mas não adiantou. Então me passaram o contato da esposa da fonte, assim consegui falar. A fonte só disse para eu ficar atento e acordar cedo no domingo, já que receberia uma ligação no celular.
Não deu outra. A fonte ligou e confirmou que um jovem da Capital foi preso por matar seis taxistas. Enquanto todos buscavam as primeiras informações, nós já havíamos divulgado o fato. Enquanto todos tinham informações da prisão e aguardavam a coletiva, nós, já num segundo momento, tínhamos quase todo o fato esclarecido.
Valeu o trabalho diário, das 6h até as 23h, em alguns dias. Valeu a aposta e confiança das minhas chefes de reportagem e valeu o trabalho de conquista das fontes.
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