Quem costuma frequentar o Mercado Público de Porto Alegre está acostumado aos muitos sons. Caixas batendo, risos, trabalhadores brincando com clientes e brigando entre si. O barulho das panelas, dos talheres, dos feirantes. Hoje foi bem diferente. Se ouviam alarmes, martelos, goteiras...
O Mercado Público abriga 110 estabelecimentos e mil trabalhadores. Os permissionários passaram o dia inteiro limpando o espaço e recolhendo as mercadorias, especialmente as perecíveis, que já começam a apodrecer com a falta de energia elétrica. A prefeitura não tem estimativa do prejuízo geral em função do incêndio que atingiu o prédio na noite de sábado. Os comerciantes, no entanto, já quantificam as perdas. Fabiana di Lorenzo é proprietária da Banca Central, uma fiambreria, e, assim como outros cinco, garante que as perdas com mercadorias chegam a R$ 100 mil.
- O prejuízo é enorme porque a gente tem muita mercadoria em estoque e todas estragam fora da geladeira. O nosso prejuízo, só nisso, vai ser de R$ 100 mil. Sem contar que a gente vai ter que alugar depósito ou câmara fria pra guardar as coisas. Não sei como fazer, a gente está negociando com o prefeito, desabafa.
Outros cinco proprietários confirmam o cálculo de Fabiana. Os permissionários esperam, no entanto, pela ajuda do poder público. A cobrança das permissões de uso será suspensa, mas os comerciantes também precisam de ajuda financeira para pagar aluguel de câmaras frias e depósitos para acomodar estoque de mercadorias. O governo do Estado já anunciou que vai disponibilizar uma linha de financiamento subsidiado aos comerciantes que sofreram prejuízos com o incêndio. Os recursos serão assegurados pela Secretaria da Economia Solidária de Apoio a Micro e Pequena Empresa.
Gaúcha
Permissionários do Mercado Público estimam perdas de R$100 mil por banca somente com mercadorias
Comerciantes esperam medidas de auxílio da prefeitura e governo
Geórgia Santos
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: