
O braço armado do Hamas, Brigadas Ezedin al-Qassam, anunciou nesta terça-feira (15) que "perdeu contato" com o grupo responsável pelo refém israelo-americano Edan Alexander, 21 anos, após um bombardeio no local onde estavam em Gaza.
"Perdemos o contato com o grupo que detém o soldado Edan Alexander após um bombardeio no local onde estavam, e seguimos tentando restabelecer comunicação", afirmou o porta-voz Abu Obeida em mensagem divulgada no Telegram.
Este é o único refém de nacionalidade norte-americana que ainda está em poder do Hamas. De acordo com a mensagem divulgada, o grupo não tem interesse em manter reféns que não sejam apenas israelenses, por causa da pressão internacional que esses casos podem gerar.
"O exército de ocupação tenta deliberadamente se livrar da pressão representada pelos casos de prisioneiros com dupla nacionalidade, para continuar a guerra de extermínio contra nosso povo", acrescenta a mensagem de Abu Obeida.
As Brigadas divulgaram em seguida um vídeo curto que mostra combatentes carregando caixões.
"Em breve, seus filhos voltarão em caixões pretos", dizem as legendas. "Seus líderes assinaram a decisão de executar os prisioneiros na Faixa de Gaza".
Quem é Edan Alexander?

No sábado, as Brigadas haviam divulgado um vídeo que mostrava Alexander ainda vivo, no qual ele criticava o governo israelense por não garantir sua libertação. O israelo-americano foi sequestrado durante o ataque surpresa lançado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, quando tinha 19 anos.
O Fórum de Famílias de Reféns, principal organização que faz campanha pela libertação dos israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza, identificou-o como Edan Alexander, hoje com 21 anos.
Ele é soldado de uma unidade de elite estacionada perto da fronteira com o território palestino no momento do ataque que desencadeou o atual conflito entre Israel e Hamas em Gaza.
O vídeo, divulgado pelas Brigadas Ezedin al-Qassam, tem pouco mais de três minutos e o mostra sentado em um cômodo pequeno.
Dirigindo-se à câmera, o refém diz que deseja voltar para casa para celebrar as festas. Com gestos intensos com as mãos, critica o governo israelense por ainda não ter conseguido garantir sua libertação.
A AFP não conseguiu verificar a autenticidade nem a data da gravação.
Liberação de reféns
Das 251 pessoas sequestradas no ataque de 7 de outubro, 58 seguem em cativeiro em Gaza, das quais 34 estão mortas, segundo o exército israelense.
Uma trégua mediada por Estados Unidos, Egito e Catar, entre 19 de janeiro e 17 de março, possibilitou o retorno de 33 reféns, dos quais oito mortos, em troca da libertação por parte de Israel de cerca de 1,8 mil prisioneiros palestinos.