A administração do presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (9) que vai apelar da decisão judicial que a obriga a restabelecer o pleno acesso da agência Associated Press (AP) à Casa Branca, que foi restringido após uma disputa sobre o termo "Golfo do México".
O Departamento de Justiça disse que apresentará um recurso perante um tribunal de apelações um dia depois que um juiz federal ordenou à Casa Branca restabelecer o acesso à agência de notícias americana, um pilar dos meios de comunicação nos Estados Unidos.
A AP está proibida de entrar no Salão Oval e viajar no avião presidencial Air Force One desde 11 de fevereiro por se negar a adotar o novo nome do Golfo de México, rebatizado como "Golfo da América" por um decreto de Trump.
Na terça-feira, o juiz federal Trevor McFadden declarou que a "negação de acesso à AP baseada em pontos de vista" viola a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão e de imprensa.
"Se o governo abre suas portas para alguns jornalistas, seja o Salão Oval, a Sala Leste ou outros lugares, não pode depois fechar essas portas a outros jornalistas por seus pontos de vista", sustentou.
A AP comemorou essa decisão, que "consagra o direito fundamental da imprensa e da população a se expressar livremente, sem represálias pelo governo".
Fundada em 1846 por jornais nova-iorquinos, a AP fornece notícias, fotos e vídeos a numerosos meios de comunicação, tanto americanos quanto estrangeiros.
Desde que Trump voltou ao poder, a Casa Branca reduziu o espaço concedido aos grandes meios de comunicação americanos e restringiu o acesso aos órgãos de imprensa, entre eles a AFP, em favor de representantes de emissoras de televisão, blogs, sites e podcasts populares entre o eleitorado trumpista.
* AFP