A China possui "ferramentas" suficientes para "compensar" as turbulências econômicas, afirmou nesta terça-feira (8) o seu primeiro-ministro, Li Qiang, citado pela agência oficial de notícias Xinhua, depois que os Estados Unidos impuseram duras tarifas sobre seus produtos.
"A política macroeconômica da China este ano leva plenamente em consideração as diversas incertezas e conta com uma reserva suficiente de ferramentas em questão política. A China pode compensar os efeitos externos adversos", disse Li em uma conversa telefônica com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, segundo a Xinhua.
Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas de 20% sobre os produtos chineses e, na semana passada, anunciou taxas adicionais de 34% a partir de quarta-feira, 9 de abril.
A China respondeu na sexta-feira anunciando que aplicará tarifas de 34% sobre todos os produtos americanos a partir de 10 de abril, e Trump ameaçou, na segunda-feira, impor uma taxa adicional de 50% sobre as mercadorias chinesas se Pequim mantiver estas medidas retaliatórias.
Li Qiang criticou, em sua conversa com Von der Leyen, o "protecionismo" e a "intimidação" dos EUA, que lançaram uma série de taxações que provocaram agitação nos mercados financeiros.
"As firmes medidas adotadas pela China não têm apenas o objetivo de proteger sua soberania, sua segurança e seus interesses de desenvolvimento, mas também preservar as regras do comércio internacional, assim como a equidade e justiça internacionais", declarou o primeiro-ministro chinês.
"Nenhum país pode se isolar sem levar em conta os outros", enfatizou.
Von der Leyen "pediu uma solução negociada para a situação atual e enfatizou a necessidade de evitar uma escalada maior", disse a Comissão Europeia.
* AFP