
A China anunciou nesta sexta-feira (11) que vai aumentar as tarifas de produtos importados dos Estados Unidos de 84% para 125%, aprofundando ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A nova taxação do país asiático sobre produtos americanos é mais uma resposta às medidas impostas pelo presidente Donald Trump. Na quinta-feira (10), em mais um capítulo da guerra comercial, os Estados Unidos explicaram que as tarifas impostas ao país asiático somam 145%.
"A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas à China viola gravemente as regras do comércio internacional e econômico, as leis econômicas básicas e o bom senso, sendo um ato completamente unilateral de intimidação e coerção," disse o Ministério das Finanças da China, em comunicado.
O país asiático também voltou a afirmar que não vai recuar diante das provocações de Trump.
"Tomar medidas adicionais para se opor às ações de intimidação dos EUA não tem como único objetivo proteger nossa própria soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. Também visa proteger a equidade e a justiça internacionais", comunicou em nota.
Impacto nas bolsas
A sexta-feira (11) é de agitação nas principais bolsas comerciais do mundo. O mercado asiático fechou sem direção única, com a bolsa de Tóquio em baixa e a de Xangai em alta.
O índice japonês Nikkei caiu 2,96% em Tóquio, a 33.585,58 pontos, pressionado por ações de eletrônicos e do setor farmacêutico, à medida que a disputa comercial entre Washington e Pequim compromete a perspectiva da economia global.
Já na China os mercados ficaram no azul, impulsionados por ações de semicondutores após associação do setor publicar diretrizes para ajudar a indústria de chips a lidar com o período de tensões comerciais.
Já as bolsas europeias abriram o dia em leve alta, mas voltaram a operar em queda após o anúncio de que a China vai retaliar os Estados Unidos.
As principais bolsas europeias passaram a operar em baixa e o dólar aprofundou as perdas nesta sexta-feira (11), depois que a China anunciou o aumento para 125% de suas tarifas adicionais sobre os produtos dos Estados Unidos.
Apesar do início da sessão em leve alta, os principais mercados europeus registravam quedas por volta das 8h30min (horário de Brasília).
Entenda
- Os Estados Unidos já aplicavam uma taxa de 10% sobre os produtos importados dos chineses. Em fevereiro, o país aumentou em 10% as tarifas sobre as importações dos asiáticos, somando 20%
- Quando Trump anunciou, no dia 2 de abril, as taxas que seriam cobradas aos produtos dos outros países, informou que a China teria uma taxa extra de 34%. Assim, o total chegava a 54%
- A Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa no patamar de 104%, após retaliação da China
- Na quarta-feira, dia em que entrava em vigor a tarifa de 104%, a China voltou a responder os americanos com aumento da taxa sobre produtos americanos, chegando a 84%
- Os Estados Unidos responderam no mesmo dia, aumentado a tarifa para 125%
- Esse valor foi somado aos 20% que já eram aplicados desde fevereiro, chegando aos 145%.
Suspensão de tarifas a outros países
No mesmo dia em que anunciou o aumento das tarifas sobre produtos chineses para 125%, Trump declarou redução de tarifas recíprocas para 10% e pausa de 90 dias para os países que não retaliaram. No Brasil, por exemplo, será mantida a tarifa global de 10%.
O republicano destacou que a decisão ocorre "com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais".