
A China acusou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (23), o governo de Donald Trump de utilizar "chantagem" e "intimidação" no setor comercial, alegações que os Estados Unidos rejeitam.
— O unilateralismo está aumentando e as práticas de intimidação estão se generalizando (...), em desafio flagrante da ordem internacional, que ameaça a paz e a estabilidade mundiais — declarou o embaixador chinês, Fu Cong, em uma reunião sobre "práticas de intimidação nas relações internacionais".
Cong acusou Washington de perturbar "gravemente" a ordem econômica mundial, à medida que impõe tarifas "com diversos pretextos a todos os seus parceiros comerciais".
O embaixador chinês afirmou que com o pretexto da "reciprocidade" e da "justiça", os EUA situam seus interesses "acima do bem comum da comunidade internacional".
— Nenhuma forma de pressão, ameaça ou chantagem é a maneira correta de lidar com a China — declarou.
"Acusações vazias", diz representante dos EUA
A representante americana no conselho, Ting Wu, rejeitou as alegações do embaixador chinês:
— O mundo deveria olhar as ações da China, não para suas acusações vazias, ao julgar suas contribuições para o sistema internacional.
Ele ainda acusou Pequim de implantar "práticas comerciais unilaterais e injustas" por "muito tempo" e de usar ajuda internacional como uma arma para intimidar os países em desenvolvimento.
Trump sinaliza possível redução de tarifas
Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (22), o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou um possível recuo nas tarifas aplicadas contra a China. Elas somam 245%, de acordo com um documento divulgado pela Casa Branca.
— Vai cair bastante. Mas não vai ser zero. Costumava ser zero — disse.
O governo chinês aplica 125% sobre a importação de produtos dos Estados Unidos e disse que lutaria "até o fim" contra as tarifas.