Uma rede de contrabando de migrantes que usava pequenas rotas de montanha entre França e Espanha foi desmantelada, com 15 pessoas envolvidas e quase 600 passagens registradas, anunciaram as autoridades francesas nesta sexta-feira (21).
Os migrantes, em sua maioria argelinos ou da África Subsaariana, foram "atendidos" na Catalunha, perto da fronteira, e levados para Perpignan, ou ainda mais longe, para a França ou Alemanha, explicou o promotor de Marselha, Nicolas Bessone.
Cada viagem custa entre 150 e 300 euros (US$ 160-325 ou R$ 905-1840), taxas que não representam os "valores consideráveis" devido à "forte competição entre as redes de contrabando", acrescentou o promotor da cidade francesa.
Os investigadores da polícia de fronteira estimam que 1.700 migrantes cruzaram a fronteira nos últimos dois anos em pelo menos 570 travessias de carro.
Quase 70 agentes foram mobilizados no domingo em ambos os lados da fronteira. Um total de 15 homens estão sendo processados neste caso, com células na Espanha, Perpignan e Marselha.
Cinco pessoas de nacionalidades argelina e marroquina foram presas na Espanha e serão transferidas para a França dentro de 10 dias. Outras quatro foram presas em Perpignan e seis em Marselha.
A célula de Marselha também criou uma "rede clandestina de transporte de migrantes" por mar. As autoridades apreenderam uma embarcação de 8,5 metros de comprimento destinada a transportar migrantes de Mostaganem, na Argélia, para Múrcia, na costa espanhola.
"Esse tipo de desmantelamento de uma rede tão organizada é bastante raro, porque aqui toda a estrutura foi realmente desmantelada, incluindo todos os intermediários", enfatizou a comissária Laurène Capelle, chefe do serviço interdepartamental da polícia de fronteira.
* AFP
