A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nesta segunda-feira (17), que 80% dos serviços que apoia no Afeganistão podem fechar até junho devido à falta de financiamento.
"Sem uma intervenção urgente, mais de 220 centros podem fechar até junho de 2025, deixando 1,8 milhão de afegãos sem acesso a cuidados primários de saúde", disse a OMS em um comunicado.
Segundo a agência da ONU, 167 dessas operações já foram forçadas a fechar devido à falta de apoio financeiro.
"As consequências serão medidas em perdas de vidas", disse o chefe da OMS no Afeganistão, Edwin Ceniza Salvador.
"Não se trata apenas de financiamento. É uma emergência humanitária que ameaça desfazer anos de progresso no fortalecimento do sistema de saúde do Afeganistão", acrescentou Salvador.
A OMS disse que o déficit de financiamento estava ligado a uma mudança nas "prioridades de ajuda ao desenvolvimento".
Os alarmes soam nas agências da ONU desde que o presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva retirando os Estados Unidos da agência.
Essa retirada e o fim das contribuições de Washington colocam em risco a rede global de vigilância do sarampo, que até agora era totalmente financiada por Washington.
O Afeganistão registrou mais de 16.000 casos suspeitos de sarampo e 111 mortes em janeiro e fevereiro, segundo a OMS.
As autoridades talibãs, que retornaram ao poder em 2021 com a derrubada do governo apoiado pelos EUA, contestam esses números.
O governo talibã não é reconhecido internacionalmente e depende muito de ONGs, agências da ONU e doadores de ajuda para manter o sistema de saúde funcionando.
* AFP