
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo (16) que irá apresentar, ainda nesta semana, um pedido de destituição de Ronen Bar, chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interna do país. As informações são do portal g1.
— Devido à contínua falta de confiança, decidi apresentar uma proposta ao governo para encerrar o mandato do chefe do Shin Bet, Ronen Bar — anunciou Netanyahu.
Além de afirmar que "há muito tempo" perdeu a confiança em Bar, o primeiro-ministro declarou, em vídeo gravado em seu escritório, que confiar no chefe do serviço de segurança interna é algo "crucial em tempos de guerra".
A relação entre Netanyahu e Bar tem sido descrita pela mídia israelense como "tensa" em meio à guerra do país contra o grupo extremista Hamas, na Faixa de Gaza.
O Shin Bet, responsável por monitorar grupos militantes palestinos, recentemente emitiu um relatório assumindo a responsabilidade por falhas no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 — data que marcou o início da guerra.
A ofensiva daquele dia, considerada o maior fracasso de segurança israelense, resultou na morte de 1,2 mil pessoas e no sequestro de outras 251 para Gaza.
No relatório, o serviço de segurança interna também criticou Netanyahu, apontando que políticas governamentais falhas contribuíram para o ambiente que levou ao ataque.
As tensões aumentaram neste fim de semana quando o antecessor de Ronen Bar, Nadav Argaman, declarou que divulgaria informações sensíveis sobre Netanyahu caso fosse comprovado que o primeiro-ministro tivesse quebrado a lei.
Netanyahu reagiu acusando Argaman de chantagem e registrou uma queixa na polícia.
O premier israelense tem resistido aos pedidos por uma comissão oficial de investigação estatal sobre o ataque de 7 de outubro e tem buscado atribuir as falhas ao exército e às agências de segurança.
Nos últimos meses, importantes oficiais de segurança, incluindo um ministro da Defesa e o chefe do exército, foram demitidos ou forçados a renunciar.
Netanyahu afirmou que remover Bar de sua posição ajudaria Israel a "atingir seus objetivos de guerra e prevenir o próximo desastre". A expectativa é de que o primeiro-ministro nomeie um aliado para o cargo, o que desaceleraria qualquer avanço para a comissão de investigação.
O anúncio deste domingo também ocorre em meio à irritação de Netanyahu com o fato de o Shin Bet estar investigando membros de sua equipe por seus relacionamentos com o Catar. O serviço de segurança interna e Bar tiveram participação direta nas negociações de reféns durante a guerra em Gaza.