
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou na cúpula árabe do Cairo a criação do cargo de vice-presidente, bem como uma anistia destinada aos membros dissidentes de seu partido, o Fatah, com o objetivo de permitir sua reintegração.
Entre esses dissidentes está, ainda que Abbas não mencione o seu nome, Mohamad Dahlane, ex-líder de facto da Faixa de Gaza antes da chegada do Hamas ao poder em 2007.
Atualmente exilado nos Emirados Árabes Unidos, Dahlane poder ser candidato ao posto de vice-presidente, cuja criação é um pedido de longa data dos financiadores internacionais da Autoridade Palestina.
Com 89 anos, Abbas ocupa o cargo desde a sua eleição em 2005, após a morte de Yasser Arafat, líder histórico dos palestinos.
Abbas, que se mantém no poder sem ser reeleito depois que seu mandato terminou quatro anos depois, prometeu aos líderes dos países da Liga Árabe, reunidos em uma cúpula extraordinária no Cairo, a reestruturação da direção da Autoridade Palestina e a introdução de "sangue novo".
Originário de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, Dahlane é considerado por alguns países da região como um ator-chave para o futuro dos palestinos após a guerra.
Atualmente, Dahlane é assessor de Mohamed Bin Zayed al Nahyane, presidente dos Emirados Árabes Unidos, um dos poucos países árabes que normalizou relações com Israel.
Antigo chefe de segurança interna da Faixa de Gaza, inicialmente considerado um protegido dos Estados Unidos e homem-chave na cooperação de segurança com Israel durante os acordos de paz de Oslo (1993), Dahlane caiu em desgraça após a derrota de suas forças para os combatentes do Hamas em 2007.
Desde então, ele foi expulso do Fatah e condenado à revelia em 2016 a três anos de prisão por corrupção por um tribunal da Autoridade Palestina.
* AFP