O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou nesta terça-feira uma "aliança estratégica" para enfrentar o narcotráfico com o apoio do fundador da empresa de segurança privada Blackwater, envolvida no massacre de 17 civis em Bagdá em 2007.
O Equador se tornou nos últimos anos um ponto estratégico para o embarque de drogas com destino aos Estados Unidos e à Europa. O crescimento do narcotráfico foi acompanhado de um aumento da violência, com a taxa de homicídios saltando de 6 a cada 100.000 habitantes em 2018 para 38 em 2024, após o recorde histórico de 47 em 2023.
"O crime organizado espalhou o medo e acreditou que poderia operar com impunidade. O tempo deles acabou. A ajuda internacional começa no Equador", anunciou Noboa no X, em mensagem acompanhada de uma foto em que aparece com Erik Prince, ex-membro dos Navy SEAL e fundador da empresa militar privada Blackwater, que passou a se chamar Academi após se envolver no massacre em Bagdá, cometido por mercenários, e que foi absorvida pela atual Constellis em uma fusão com uma empresa rival.
"Formamos uma aliança estratégica para fortalecer nossa capacidade de luta contra o narcoterrorismo e a proteção das nossas águas contra a pesca ilegal", acrescentou Noboa, sem informar detalhes. No mês passado, ele anunciou que pediria "a países aliados" o envio de "forças especiais" para reforçar sua guerra contra esses grupos, sem dizer que países farão parte dessa cooperação.
Às vésperas das eleições de abril, em que Noboa buscará se reeleger, a violência não dá trégua. Um ataque armado em Guayaquil deixou 22 mortos na semana passada.
* AFP