O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reconheceu nesta terça-feira (4) que deve revisar a legalidade de uma oferta de El Salvador para receber prisioneiros americanos, mas afirmou que vale a pena considerar a proposta.
"Obviamente, teremos que estudar isso da nossa parte. Obviamente, há questões legais a serem consideradas", disse Rubio à imprensa na Costa Rica, referindo-se à proposta feita pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, na segunda-feira.
"Temos uma constituição, temos todos os tipos de coisas, mas é uma oferta muito generosa", acrescentou ele após uma reunião com o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves.
Rubio afirmou que "ninguém jamais fez uma oferta assim", para receber, por "uma fração do custo", "alguns dos criminosos mais perigosos e violentos" dos Estados Unidos.
"Mas, obviamente, o governo terá que tomar uma decisão", disse o secretário de Estado, que chegou a San José depois de visitar Panamá e El Salvador.
Atualmente há poucos precedentes para um país democrático enviar seus próprios cidadãos para prisões estrangeiras.
Bukele também se ofereceu para receber qualquer migrante "que seja um criminoso de qualquer nacionalidade", como a gangue MS-13 (de El Salvador, Honduras e Guatemala) e o Trem de Aragua, da Venezuela.
Os prisioneiros eventualmente enviados pelos EUA seriam mantidos no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), considerada a maior prisão da América Latina, nos arredores de Tecoluca, 75 quilômetros a sudeste da capital San Salvador.
Bukele obteve grande popularidade por sua ofensiva contra grupos criminosos, baseada em um regime de exceção que, desde 2022, prendeu cerca de 83 mil pessoas sem mandado judicial, muitas delas inocentes, pelo que foi criticado por grupos de direitos humanos.
* AFP