O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou, nesta quarta-feira (12), que os países da aliança militar devem investir "muito mais" em Defesa, fazendo eco ao mesmo pedido do presidente dos EUA, Donald Trump.
Para Rutte, os países da Otan, especialmente os europeus, "necessitamos fazer muito mais, para ter o necessário para dissuadir e defender, e para que seja mais equitativo compartilhar a carga".
Para o ex-primeiro-ministro neerlandês, os países da Otan estão "no caminho correto", já que em 2024 os europeus e canadenses "investiram 485 bilhões de dólares em defesa, um aumento de quase 20% em comparação a 2023".
Nesta quarta-feira, Rutte liderará uma reunião da coalizão internacional em apoio à Ucrânia e, na quinta-feira, uma reunião dos ministros da Defesa da Otan, com a presença do novo secretário dos EUA, Pete Hegseth.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os países da Otan transformaram a meta de investir 2% de seus respectivos PIBs em defesa em um piso mínimo de "pelo menos" esse nível.
No entanto, desde a campanha eleitoral dos EUA, Trump tem pressionado os países da aliança militar a aumentar os gastos militares para 5%.
Para reforçar essa pressão, Trump gerou um suspense evidente sobre a continuação da ajuda dos EUA à Ucrânia, uma questão de extrema sensibilidade para os europeus.
Diante desse cenário, os europeus precisam decidir entre desenvolver seu próprio setor de defesa ou comprar mais armas de fora do bloco, principalmente dos Estados Unidos.
A decisão tem sido a favor da primeira opção, mas essa modernização e expansão do setor de defesa europeu levará tempo e exigirá grandes investimentos.
Simultaneamente, Trump está pressionando a Ucrânia a aceitar negociações com a Rússia para encerrar o conflito armado, mas os europeus procuram evitar que essas negociações incluam a cessão de território.
* AFP