
Líderes europeus se reuniram em Paris, na França, nesta segunda-feira (17), para uma cúpula de emergência sobre a guerra na Ucrânia, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a abertura de negociações unilaterais com a Rússia para encerrar o conflito.
Durante o encontro, os chefes de Estado defenderam o aumento dos investimentos em defesa do continente diante da ameaça expansionista russa. As informações são do g1.
A reunião foi convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, devido às recentes movimentações diplomáticas. Os líderes europeus demonstraram preocupação com um possível acordo entre Washington e Moscou sem a participação da Ucrânia e dos países europeus.
"A Rússia representa um perigo para toda a Europa neste momento", afirmou a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen.
Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu um compromisso de segurança dos Estados Unidos para viabilizar o envio de forças de paz à Ucrânia após um eventual fim da guerra. No entanto, ele destacou que ainda é cedo para determinar quantos soldados britânicos poderiam ser mobilizados.
"A Europa deve desempenhar seu papel, e estou preparado para considerar enviar forças britânicas no solo junto a outras, se houver um acordo de paz duradouro, mas deve haver um apoio dos EUA, porque uma garantia de segurança dos EUA é a única maneira de efetivamente dissuadir a Rússia de atacar a Ucrânia novamente", disse Starmer aos repórteres.
Aumento da tensão
Os acontecimentos que antecederam a cúpula aumentaram as tensões entre os aliados ocidentais. Na quarta-feira (12), Trump revelou ter conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia. No mesmo dia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, declarou ser improvável que Kiev consiga recuperar todos os territórios que controlava antes da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.
Diante da possibilidade de um acordo negociado sem sua participação, a Ucrânia demonstrou desconfiança. Na quinta-feira (13), Trump assegurou que o governo ucraniano teria "um lugar à mesa" nas negociações para o fim do conflito.
Na sexta-feira (14), estava prevista uma reunião entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, mas Kiev se recusou a dialogar diretamente com os russos antes de estabelecer um plano conjunto aos seus aliados europeus.