Cuba amanheceu, nesta quinta-feira (13), na escuridão em grande parte de seu território, incluindo grandes áreas de Havana, devido a falhas em várias de suas usinas termoelétricas e à falta de combustível, que deixaram as populações das províncias sem luz por mais de um dia, informaram as autoridades.
A Unión Eléctrica informou no X que, no pico da demanda, haverá uma "disponibilidade de 1.460 MW (megawatts) e uma demanda máxima de 3.200 MW" no país. "Se essas condições difíceis forem mantidas, o efeito poderia chegar a 1.810 MW" nesta quinta-feira.
"A situação é muito ruim, estamos sem energia há mais de 24 horas, ontem (e anteontem) ficamos 26 horas" sem eletricidade, disse à AFP Caridad Martinez, uma dona de casa de 58 anos de Cienfuegos, uma cidade a cerca de 230 km de Havana, no centro da ilha.
"Ficamos sem eletricidade das 9h30 da manhã de anteontem até as 14h de ontem", disse ela, impressionada por estar sem eletricidade novamente e cozinhando "com carvão para economizar gás".
Quase metade de Havana amanheceu em meio a um apagão que durará horas durante o dia devido à "geração de base mínima do Sistema Elétrico Nacional", que não foi capaz de "suprir a demanda" dos 2,2 milhões de habitantes da capital, informaram as autoridades municipais no início do dia.
"Hoje acordamos sem eletricidade, estávamos sem ela desde as cinco da manhã, e ontem eles a levaram duas vezes, então ficamos sem ela durante boa parte do dia", diz Ricardo Martínez, um funcionário público de 60 anos que mora em Guanabacoa, um município no leste de Havana.
A empresa de energia informou que cinco de suas oito usinas termoelétricas estão com defeito ou em manutenção e que não tem combustível para alimentar 59 outras usinas menores que também geram energia.O mesmo ocorre com duas das sete usinas flutuantes alugadas de empresas turcas.
Com um sistema de geração de eletricidade desgastado, a ilha de 10 milhões de habitantes sofreu três apagões generalizados no último trimestre do ano passado, dois deles com duração de vários dias.
Isso se soma à profunda crise econômica enfrentada pelo país, a pior em trinta anos, que levou à escassez de alimentos, medicamentos, combustível e à inflação galopante.
* AFP