Em nova medida contra a imigração, o governo do presidente americano Donald Trump cancelou a entrada de refugiados que já haviam sido autorizados a ingressar nos EUA pela gestão de Joe Biden, conforme informações da agência de notícias Associated Press (AP) divulgadas pelo portal g1 nesta quarta-feira (22).
O cancelamento dessas chegadas, que envolvem refugiados cujo status foi concedido pelo governo norte-americano após um extenso e rigoroso processo, foi determinado por uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na segunda-feira (20). A medida também suspendeu, sem previsão de retomada, o Programa de Admissão de Refugiados, responsável pelo processamento de pedidos de refúgio.
A ordem previa entrada em vigor na próxima segunda-feira (27) e deixava aberta a possibilidade de que refugiados que já tivessem completado o processo de aprovação e adquirido passagens para chegar antes dessa data ainda poderiam entrar nos EUA.
Contudo, o Programa de Admissão de Refugiados comunicou a seus funcionários que "a chegada de refugiados aos Estados Unidos foi suspensa até novo aviso", segundo um e-mail revisado pela AP nesta quarta-feira.
Com isso, milhares de pessoas em diversas partes do mundo, que já tinham permissão para entrar nos EUA na condição de refugiados e estavam com viagens confirmadas, perderam esse direito. Refugiados são indivíduos que deixam seus países para escapar de conflitos, violência ou perseguições, buscando segurança em outro país.
Entre os afetados estão mais de 1,6 mil afegãos aprovados para ingressar nos EUA como parte de um programa criado pelo governo Biden após a retirada das tropas americanas do Afeganistão, em 2021. Esse grupo inclui familiares de militares da ativa do exército dos EUA e pessoas que colaboraram com o trabalho de soldados norte-americanos durante a guerra.
A medida integra os esforços anti-imigração do governo republicano, que se intensificaram na segunda-feira. Trump prometeu realizar deportações em massa, declarou emergência na fronteira com o México e autorizou a prisão de imigrantes ilegais em igrejas, escolas e hospitais. Além disso, ele busca revogar o direito à cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais.
Refugiados diferem das pessoas que chegam à fronteira entre os EUA e o México para solicitar asilo. Para serem autorizados a se estabelecer nos EUA, refugiados devem estar fora do país e, em geral, são indicados ao Departamento de Estado norte-americano pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Eles passam por um rigoroso processo de triagem antes de serem autorizados a viajar. Após chegarem aos EUA, geralmente recebem assistência de uma agência governamental de reassentamento, que auxilia na adaptação à nova vida, incluindo a busca por emprego e a matrícula de seus filhos em escolas, por exemplo.