A ministra interina das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, respondeu nesta terça-feira (21) as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o país não precisa do Brasil.
Rocha afirmou que Trump pode dizer "o que quiser" e destacou que a diplomacia brasileira continuará buscando convergências na relação com os Estados Unidos. As informações são do jornal O Globo.
— Pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos. Mas acredito que, como somos um povo que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre, nós vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas — declarou Maria Laura a jornalistas.
Na noite de segunda (20), em resposta a uma pergunta sobre como seria sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a América Latina, Trump declarou:
— Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós.
A declaração de Rocha, a primeira manifestação do Itamaraty após a posse de Trump, foi feita durante o anúncio do embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP30, conferência do clima que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
Após tomar posse na segunda (20), Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de revogar 80 decretos assinados pelo ex-presidente Joe Biden.
Questionado sobre a decisão de Trump referente ao acordo que visa adotar medidas para frear a emissão de gases do efeito estufa, Lago destacou o "impacto significativo" da decisão nas negociações climáticas.
— Os EUA são um ator essencial, não é só a maior economia como um dos (maiores) emissores. Mas é um país que tem trazido respostas na área do clima com tecnologias, tem várias empresas envolvidas nesse debate. Estamos analisando a decisão do presidente Trump, mas não há dúvida de que terá um impacto significativo (para a COP) — afirmou Lago.